Dave Grohl recordou os seus primeiros tempos nos Nirvana e as impressões iniciais que teve de Kurt Cobain. Numa entrevista à rádio norte-americana NPR, o líder dos Foo Fighters disse: “No início, não sabia se ele era reservado, se era tímido ou se tinha ansiedades sociais. Havia momentos, também, em que era escandalosamente cómico”.
“Às vezes, pegávamos os dois em 7 dólares e íamos à mercearia passar meia hora na secção dos frescos à procura do jantar perfeito para ver televisão”, recorda Grohl, “e esses momentos eram muito divertidos. Portanto, não era sempre uma desgraça…”
Na mesma entrevista, o músico diz também que muitas vezes Cobain, que viria a suicidar-se em 1994, determinando assim o fim dos Nirvana, se fechava no quarto a escrever nos seus diários. “Muitas vezes, no dia seguinte, nos ensaios, ele tinha uma canção nova”, revela, “portanto, penso que ele tinha momentos de introversão e reclusão, mas isso era compensado com o facto de ser muito divertido estar perto dele e numa banda com ele”.
“Viver naquele apartamento minúsculo, que era bastante miserável e nojento não era um problema, desde que houvesse música”, diz também Grohl, referindo-se à casa que dividiu com os outros membros dos Nirvana quando se mudou para Seattle, “ficava com saudades de casa, às vezes, e talvez telefonasse à minha mãe, mas depois sentava-me na bateria com o Kurt e o Krist [Novoselic] e pensava ‘Não, é aqui que devo estar. Isto é bom’”.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL