Em 2022, a Quinta do Morgado do Quintão apresenta a primeira edição do CAMP. Durante três dias cruzam-se várias culturas, a da vinha e de várias formas de arte. A música ocupa um lugar de destaque e marca encontro com o público sempre pelas 21h00. Carminho inaugura o palco na sexta, dia 7 de outubro, segue-se Bruno Pernadas, no sábado, dia 8, e Mário Laginha encerra a programação no dia 9 de outubro.
O tema “Terra, Sentido e Beleza”, fio condutor do programa do CAMP’22, encontra, portanto, no Morgado do Quintão o seu terroir. Revela interseções entre vários campos da cultura, incluindo, por exemplo, na rubrica “Talks”, no dia 7 de outubro, uma troca de impressões “perfumada” com o “sensorialista” Lourenço Lucena, criador de numerosos aromas personalizados, a quem se junta a antropóloga Maria Manuel Restivo – numa parceria com a “Brotéria”, casa de cultura dos jesuítas portugueses no Bairro Alto -, e a arquiteta e urbanista Rita Castel´Branco. Já no dia 8 de outubro é a vez do advogado e astrólogo Duarte Miranda Mendes (Duarte Amadeu), do fotógrafo e editor Cláudio Garrudo e de Pedro Teixeira, professor da Universidade de Lisboa e fundador da “Safejourney”, Sociedade Portuguesa de Aplicação Clínica de Enteógenos, que tem por missão aprofundar o conhecimento do potencial terapêutico das substâncias psicadélicas. Também nesse dia, acontece a antestreia do documentário “Tilt”, da autoria da produtora Teresa Júdice da Costa. Este documentário debruça-se sobre a criação poética e será apresentado pela própria produtora que marca presença no evento.
Finalmente, no dia 9 de outubro, é possível conhecer a fundadora do Movimento Bloom (ONG ambiental) Mónica Franco, a divulgadora de poesia há mais de uma década e autora do projeto “O Poema Ensina a Cair”, Raquel Marinho, e a fotógrafa Isabel Saldanha.
As “Talks” acontecem sempre entre as 15h00 e as 18h00, sob a forma de palestras, troca de ideias informais ou diálogos intimistas. Independentemente do formato, há sempre dois blocos de atividades a acontecer em simultâneo. Na sala da “Casa Bugainvillea” projetam-se ideias e conteúdos em 30 minutos para depois dar espaço à discussão, entre perguntas e respostas. Em alternativa, à sombra da oliveira milenar desenrolam-se pequenas conversas sobre temáticas diversas numa fusão entre oradores e ouvintes. Nas primeiras duas noites de evento (7 e 8 de outubro), após os concertos, haverá ainda debates informais junto à fogueira, para quem quiser ficar a partilhar experiências pela noite dentro.
Naturalmente, a experiência não ficaria completa sem as provas de vinho Morgado do Quintão que acontecem todos os dias do CAMP’22, entre as 16h00 e as 17h00. São conduzidas por Joana Maçanita (7 e 8 de outubro) e Filipe Caldas de Vasconcellos (9 de outubro). A programação CAMP’22 inclui ainda workshops de cerâmica, madeiras recicladas e ecologia no antigo lagar da propriedade, proporcionando aos visitantes a possibilidade de conhecer a Quinta na totalidade enquanto usufruem de diversas atividades culturais. Este ciclo de workshops apelidado “Gentes da Nossa Terra” será desenvolvido em parceria com o Loulé Design LAB, um laboratório de criação, investigação e experimentação integrado no Projeto Loulé Criativo.
Não é fruto do acaso o facto da dicotomia de cultura e vinho preencher o programa do CAMP’22. Algumas das vinhas, sendo o cenário do evento, têm mais de 65 anos, e muitas são de Negra Mole, casta algarvia rara que a Quinta Morgado do Quintão ressuscitou com o apoio da enóloga Joana Maçanita. Na verdade, a manutenção das castas autóctones na propriedade, deve-se em grande parte a Teresa Caldas de Vasconcellos, mãe do atual proprietário, que além de proteger as castas nativas também motiva a ligação às artes. Além de empresária agrícola por herança familiar, era artista plástica e professora universitária de arte e história de arte. Dando continuidade ao seu legado, a Quinta é também residência artística, além de se dedicar à produção se vinho em modo biológico, permitindo usufruir de uma série de experiências ligadas ao enoturismo, entre provas de vinho, passeios na vinha ou piqueniques, sendo ainda alojamento, onde é possível pernoitar.
Filipe Caldas de Vasconcellos, proprietário do Morgado do Quintão (Morgado do Quintão, Lagoa Tel.965202529) e fundador do CAMP, comunica este “não-festival” como “um encontro entre música e cultura que se unem como um guia de campo para cada pessoa se perder e encontrar, um palco que convida à expansão do pensamento através da arte, música, alegria e partilha, e celebração da vida”. É possível recusar este convite? Os bilhetes estão disponíveis AQUI, com preços desde €20 para os residentes em Lagoa, com a possibilidade de assistir ao concerto de Carminho, até ao passe para os três dias com o preço de €150 para o público em geral. As portas abrem dia 7 de outubro pelas 14h00. Durante todo o evento também estarão disponíveis Food Trucks para comer no local.
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