Os trabalhos de escavação arqueológica de um menir com cerca de 5.500 anos encontrado no Monte do Trigo, em São Brás de Alportel, no Algarve, terminaram esta sexta-feira, faltando agora decidir sobre o destino a dar à descoberta.
“A partir de agora temos vários meses de trabalho de laboratório. Vamos arrumar as ideias e tentar transformar o que fizemos até agora num trabalho coerente que inclui uma proposta sobre o futuro do menir”, disse o responsável pelas escavações, António Faustino Carvalho, professor da Universidade do Algarve.
Vários alunos da universidade algarvia, dirigidos pelo catedrático estiveram nos últimos cinco dias a escavar à volta do menir e área adjacente e a verificar a eventual presença de outros monumentos similares.
De acordo com o professor universitário, que falava com um grupo de jornalistas que visitou o local, “esta peça não está isolada, existem mais duas ou três que estão em muito mau estado e muito fragmentadas”.
“Não sabemos se estavam alinhados ou o seu propósito”, disse Faustino Carvalho, sugerindo que uma das possibilidades seria a de estarem num local de culto das primeiras comunidades neolíticas.
Menir em causa foi descoberto em 2021
O menir em causa foi descoberto em junho de 2021 por um residente no concelho de São Brás de Alportel que estava a fazer prospeção de fósseis.
A partir dessa descoberta, o município algarvio estabeleceu um protocolo com a Universidade do Algarve e a Direção Regional da Cultura do Algarve para fazer a prospeção do local.
De acordo com a Câmara de São Brás de Alportel, os resultados preliminares desta intervenção e do respetivo projeto serão apresentados durante as Jornadas Europeias do Património, no final de setembro.
“Tudo o que pudermos encontrar valoriza o nosso. Estamos abertos para seguir as indicações técnicas que a Universidade do Algarve nos der e a capitalizar esta descoberta”, disse o presidente do município algarvio, Vitor Guerreiro, também presente na visita.
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