As provas de aferição começam esta semana para os alunos do 2.º ano, mas só no final do mês será a estreia das provas digitais para os mais de 250 mil estudantes do ensino básico.
Entre os dias 2 e 11 de maio as escolas do 1.º ciclo vão levar a cabo as provas para avaliar o desempenho dos seus alunos do 2.º ano a Educação Artística e Educação Física. Uma semana depois, entre 16 e 26 de maio, arranca a “época” das provas de Educação Física para os alunos do 5.º ano e de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) para os do 8.º.
Todas estas provas mantêm o modelo antigo e por isso não suscitaram críticas, mas as que se seguem serão digitais e têm sido alvo de forte contestação por parte dos encarregados de educação, professores e diretores escolares.
Os diretores alertam que há escolas com problemas de rede e que alguns computadores poderão avariar durante as provas, não havendo técnicos informáticos suficientes para dar apoio nos dias das provas.
Os professores e encarregados de educação defendem que as provas não fazem sentido porque ainda se estão a recuperar aprendizagens perdidas durante a pandemia e muitos consideram que os alunos do 2.º ano, na maioria com sete anos, poderão não conseguir responder usando o teclado e o rato.
Em declarações à Lusa, o presidente do Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) reconheceu que algumas escolas ainda não reúnem as “condições ideais”, mas explicou que estes testes podem ser feitos em modo offline, não ficando dependentes da rede de internet, e que os alunos podem ser divididos em dois turnos para que haja equipamentos para todos.
Em relação a eventuais dificuldades dos alunos em responder às perguntas, Luís Pereira dos Santos recordou o projeto-piloto realizado no ano passado em que os alunos do 2.º ano deram respostas em qualidade de produção escrita e dimensão semelhantes aos dos colegas que fizeram a prova em papel.
A sugestão de Luís Pereira dos Santos é que pais e professores acedam ao site do IAVE onde estão disponíveis provas semelhantes às que serão realizadas pelos alunos.
O cronograma do IAVE prevê que a 24 de maio os alunos do 8.º ano realizem a “componente de Observação e Comunicação Cientifica da prova de Ciências Naturais e Físico Química” e a 2 de junho os alunos do 5.º ano façam a prova de Português.
Seguem-se as provas de Ciências Naturais e Físico Química (8.º ano), História e Geografia de Portugal (5.º ano) e Matemática (8.º ano) e só a 15 de junho chegam as provas do 2.º ano em formato digital: primeiro Português e Estudo do Meio e a 20 de junho Matemática e Estudo do Meio.
As primeiras provas digitais foram testadas pelo IAVE em 2018 por alunos do 8.º ano que fizeram um teste de Matemática e, no ano passado, realizou-se um projeto piloto com seis mil alunos do 2.º, 5.º e 8.º anos.
Este ano, será a vez de um grupo de alunos do 9.º testar as provas digitais, para que em 2024 sejam universais para todos os finalistas do 3.º ciclo.
Este ano, a 1.º fase das provas finais do 9.º ano realizam-se a 16 de junho (Matemática) e a 23 de junho (Português), altura em que já terão começado os exames nacionais do secundário.
Os exames dos cerca de 150 mil alunos do secundário inscritos nas provas do 11.º e 12 anos arrancam a 19 de junho, com as disciplinas de Português, Italiano e Mandarim e terminam a 3 de julho com Geometria Descritiva A e História B.
No próximo ano, será a vez de um grupo de alunos do secundário realizar os exames nacionais em formato digital para que em 2025 esta passe a ser uma pratica universal nas provas de aferição, provas e exames nacionais.
Para já, existe um grupo de pais que tem dito que não irá levar os seus filhos nos dias dos exames, para que estes não tenham que ser sujeitos às provas de aferição do 2.º ano, estando a incentivar outros encarregados de educação através das redes sociais a seguir o mesmo caminho.
A Lusa contactou o Ministério da Educação para saber se tinham conhecimento deste movimento, mas não obteve qualquer resposta até ao momento.