O projeto Lavrar o Mar estreia no sábado, em Aljezur, a peça “Não”, um conjunto de textos que abordam os problemas da sociedade e como é que cada pessoa pode manter a identidade e viver em liberdade.
A peça, com estreia marcada para o Espaço+, em Aljezur, é uma criação do encenador Giacomo Scalisi, concretizada após conversas com o escritor Afonso Cruz, baseada nos seus livros “Paz Traz Paz” e “O Livro do Ano”.
“Há muito tempo que tinha pensado em criar um espetáculo para as crianças, jovens e famílias, que abordasse questões fundamentais que se vivem neste momento na nossa sociedade, como o racismo, o ódio e o respeito pelos outros”, disse à Lusa o encenador e diretor artístico.
Scalisi acrescentou: A peça “aborda a questão de sermos todos iguais, apesar das diferenças, e como é que é possível manter cada um a sua própria identidade e ser respeitado pela sociedade”.
“São temas que acho importantíssimos, neste momento histórico que estamos a viver com o aumento dos populismos, debater com os jovens, famílias e professores, no sentido de mantermos com respeito a liberdade, quer individual quer coletiva”, sublinhou.
A peça integra também um texto original do escritor Afonso Cruz, “uma comédia, mais propriamente uma peça grotesca, sobre o que é a ditadura e o extermínio das pessoas que não estão de acordo com quem manda”, avançou o encenador.
“A mensagem que queremos passar é a de que estamos a viver em liberdade e quem tem de a manter são os jovens, o futuro da sociedade, porque a liberdade quando não existe faz muita falta e é preciso que o ódio não tome conta das pessoas”, concluiu.
Os textos são levados a palco pelas atrizes Ana Root, Rita Rodrigues e Sofia Moura que interpretam igualmente músicas originais, acompanhadas por acordeão e cavaquinho.
“Não” estreia-se no sábado, às 19:00, em Aljezur, e repete no domingo, às 18:00, no mesmo local.
O espetáculo percorrerá depois vários palcos do Alentejo e do Algarve, com exibições no Auditório Municipal António Chainho, em Santiago do Cacém (01 de novembro), Casa do Povo de Alferce, em Monchique (06 e 07 de novembro) e em escolas de Odemira.