Foi dado mais um passo para que o histórico Café Calcinha volte a abrir as portas ao público. Em reunião camarária, a autarquia de Loulé aprovou a abertura do concurso público para a contratação da concessão de exploração do Café Calcinha, remetendo esta matéria para a Assembleia Municipal de 30 de Setembro.
A autarquia garante que o restauro do Café Calcinha, estabelecimento inserido na “Rota dos Cafés de Portugal com História”, não vai alterar a traça e o mobiliário original, nomeadamente as cadeiras e mesas de madeira e mármore, com o modelo do início do século XX, e os candeeiros Art Deco.
Em termos do conceito a ideia é que continue a funcionar como um estabelecimento misto de restauração e bebidas, agora também com alguma programação de âmbito social e cultural.
As obras de remodelação do café terão início no mês de Outubro, prevendo-se que na primeira quinzena de 2017 estejam concluídas.
O Café Calcinha foi durante o último século, e até aos dias de hoje, um marco sociocultural da população local e de todos os visitantes, sendo o único espaço de tertúlia na história da cidade, que lhe configurou o privilégio de ser o estabelecimento mais emblemático e referenciado na história local.
Foi classificado como Imóvel de Interesse Municipal em 2012 e, em 2014, adquirido pela Autarquia.
Dele fizeram parte figuras de prestígio da vida pública louletana e nacional, destacando-se Frutuoso da Silva, Bernardo Lopes, Bexiga Peres, Pedro de Freitas, Reais Pinto, José Inês ou Joaquim Magalhães. Mas nenhum deles, porém, atingiria a notoriedade de António Aleixo, que se destacou pelas suas réplicas mordazes e subtis em quadras soltas e sábias; no exterior, foi colocada uma estátua em bronze, numa homenagem mais do que justa ao poeta popular.