Um estudo da empresa de dados automóveis carVertical revelou quais as marcas mais frequentemente envolvidas em acidentes em Portugal. De acordo com a análise, os veículos da marca BMW apresentaram a taxa mais elevada de danos, com 84,6% dos modelos verificados a registarem histórico de sinistros.
Entre as marcas mais afetadas surgem ainda a MINI (81,3%), Porsche (72,4%), Volkswagen (57,9%) e SEAT (54%). Estes dados refletem a realidade do mercado de automóveis usados, em que certos modelos de marcas premium, sobretudo de elevado desempenho, apresentam maior propensão para acidentes.
Veículos de alto desempenho dominam os sinistros
O relatório sugere que veículos de luxo e de alta potência são frequentemente envolvidos em acidentes, possivelmente devido à forma como são conduzidos. Modelos como BMW e Porsche, muitas vezes associados a performances elevadas, aparecem regularmente no topo das listas de automóveis com maior histórico de danos.
“Os veículos em Portugal registam, em média, acidentes a cada 5-10 anos. Como a idade média dos veículos analisados foi de 8,5 anos, é provável que muitos destes tenham já sofrido pelo menos um acidente”, explicou Matas Buzelis, diretor de comunicação da carVertical.
Por outro lado, os automóveis citadinos e de gamas mais acessíveis apresentam uma taxa de danos significativamente inferior. As marcas com menos registos de acidentes foram Toyota (14,6%), Opel (17%) e Mazda (19,9%).
Custos elevados de reparação nos modelos premium
Os custos associados a danos e acidentes também variam conforme a marca do automóvel. O estudo identificou que os danos registados em veículos da marca Porsche tiveram um prejuízo médio de 12.135 euros, o valor mais alto entre todas as marcas analisadas. Em seguida, surgem a BMW, com um custo médio de reparação de 5.442 euros, e a Jaguar, com 5.256 euros.
Por oposição, os modelos da Opel (2.073 euros), Alfa Romeo (2.338 euros) e SEAT (2.545 euros) registaram os valores médios mais baixos no que toca a custos de reparação.
Tendências semelhantes a outros países
Embora Portugal tenha características próprias no mercado automóvel, a tendência dos veículos mais danificados não difere muito da verificada noutros países. No estudo global, a BMW voltou a liderar a lista dos modelos mais acidentados, seguida da Hyundai e da Subaru.
De acordo com a análise da carVertical, a elevada taxa de acidentes em veículos de luxo e alta cilindrada pode estar relacionada com um estilo de condução mais agressivo e, em alguns casos, com a subestimação das capacidades dos condutores face à potência dos automóveis.
Precauções na compra de um automóvel usado
A aquisição de um veículo usado implica precauções adicionais, especialmente quando há registos de danos. Os especialistas recomendam a verificação detalhada do histórico do automóvel, uma inspeção rigorosa e, sempre que possível, a consulta de um mecânico para avaliar eventuais problemas estruturais ou mecânicos.
“Muitas vezes, as pessoas sonham com um determinado modelo e tentam poupar dinheiro comprando um automóvel que já tenha sofrido danos. A verdade é que nem todos os registos de danos significam automaticamente que se deve evitar o automóvel, mas é sempre aconselhável consultar um mecânico se aparecerem registos de danos no relatório histórico do veículo que se pretende comprar”, alertou Buzelis.
Metodologia do estudo
A carVertical analisou relatórios históricos de veículos adquiridos entre outubro de 2023 e outubro de 2024. Os dados foram recolhidos de mais de 900 bases internacionais, incluindo registos policiais, instituições financeiras, seguradoras e anúncios de venda.
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