Durante o verão, entrar num carro estacionado ao sol pode ser uma experiência sufocante. Em poucos minutos, o interior do veículo pode atingir uma temperatura s superior a 50 °C, representando não só desconforto, mas também riscos para a saúde dos ocupantes.
Estudos demonstram que, mesmo com temperaturas exteriores a rondar os 30 °C, o interior de um carro fechado pode aquecer mais de 20 °C em apenas 10 minutos. Esta subida abrupta é ainda mais acentuada em veículos com cores escuras ou com grandes superfícies vidradas.
Primeira linha de defesa: bloquear o sol
Para mitigar este problema, há várias medidas preventivas e corretivas que podem ser adotadas, algumas delas simples, outras mais engenhosas. Uma das soluções mais eficazes é o uso de proteções refletoras no para-brisas, que bloqueiam a radiação solar direta e reduzem significativamente o efeito de estufa no interior do veículo.
Renovar o ar quente: tácticas rápidas
Outra estratégia passa por baixar ligeiramente os vidros enquanto o carro está estacionado. Esta pequena abertura permite a circulação de ar e ajuda a evitar o acúmulo de calor extremo. No entanto, deve ser feita com precaução e nunca em locais pouco seguros.
Escolher estacionar à sombra, sempre que possível, continua a ser uma das recomendações mais óbvias, mas também mais eficazes. Mesmo que a sombra se mova ao longo do dia, o impacto na temperatura inicial pode ser relevante.
Deixar um pano húmido ou uma toalha molhada sobre o volante ou bancos também pode ajudar a manter as superfícies mais frescas. Este método, embora rudimentar, é particularmente útil em carros sem ar-condicionado.
Nos momentos em que se regressa ao carro depois de longos períodos ao sol, uma técnica simples consiste em abrir completamente uma das portas e, do lado oposto, abrir e fechar a porta repetidamente durante alguns segundos. Esta ação ajuda a expulsar o ar quente acumulado no habitáculo.
Vidros que trabalham por si
Outra alternativa envolve o uso de películas de proteção térmica nos vidros. Estas películas, autorizadas pela legislação portuguesa desde que devidamente homologadas, podem reduzir a entrada de calor até 60%, tornando o ambiente interno mais suportável.
A instalação de ventoinhas alimentadas por energia solar, colocadas no topo dos vidros laterais, é uma opção crescente. Estes pequenos dispositivos ajudam a circular o ar e a reduzir a temperatura parada no interior.
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Ar condicionado sem desperdícios
Em veículos com ar-condicionado, a recomendação é ligar o sistema com as janelas abertas durante os primeiros minutos de marcha. Este processo ajuda a expulsar o ar quente e acelera a descida da temperatura interior de forma mais eficiente.
Além disso, é importante manter o sistema de ar-condicionado em bom estado. Filtros sujos ou fugas de gás podem comprometer o desempenho e prolongar o tempo necessário para refrescar o habitáculo.
Nunca deixar seres vivos no carro
Para quem tem crianças ou animais, estas medidas são ainda mais relevantes. Em nenhum caso se deve deixar ocupantes no interior de um carro fechado sob o sol, mesmo por curtos períodos. A subida de temperatura pode tornar-se fatal em minutos.
Tecidos, cores e pequenos detalhes
Outra sugestão prática é o uso de bancos em tecido claro ou capas removíveis, que aquecem menos do que os estofos em couro ou em tons escuros. Além disso, são mais fáceis de substituir ou refrescar durante os meses de maior calor, tal como explica o Automóvel Club de Portugal.
Tecnologia em marcha: pré-arrefecimento remoto
Algumas marcas têm vindo a incorporar sistemas automáticos de ventilação e pré-arrefecimento ativados remotamente por aplicações móveis. Esta tecnologia, cada vez mais comum em veículos elétricos, promete transformar a forma como lidamos com temperaturas extremas.
Apesar de não haver uma solução milagrosa, a combinação de várias destas estratégias pode fazer a diferença entre uma viagem sufocante e um percurso confortável. Com o aumento das temperaturas médias em Portugal, saber lidar com o calor no interior do carro torna-se cada vez mais essencial.
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