Com o passar dos anos, certas capacidades essenciais para a condução podem ser afetadas, o que pode comprometer a segurança na estrada. A partir de uma certa idade, nomeadamente aos condutores que se aproximam da idade da reforma, é fundamental reconhecer os sinais de alerta e adotar medidas preventivas para continuar a conduzir e minimizar os riscos ao volante. Para tal, a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) criou um conjunto de medidas a seguir.
Alterações físicas e segurança na estrada
O envelhecimento traz alterações naturais nos reflexos, na perceção visual e auditiva, na concentração e na coordenação motora. Estas mudanças podem tornar mais difícil a antecipação de riscos e aumentar o tempo de reação, exigindo um esforço adicional para conduzir com segurança. Para além disso, doenças crónicas como artrite, diabetes ou problemas cardiovasculares podem afetar significativamente a capacidade de conduzir.
Impacto dos medicamentos na condução
Muitos medicamentos prescritos para condições comuns nesta faixa etária podem afetar a condução, provocando sonolência, tonturas ou falta de coordenação. Medicamentos usados para tratar insónias, epilepsia, hipertensão, reumatismo e alergias estão entre os que podem comprometer a segurança ao volante. É essencial esclarecer junto do médico ou farmacêutico se algum fármaco pode interferir com a capacidade de conduzir, quer esteja perto da idade da reforma ou não.
Sinais de alerta a ter em conta
É importante estar atento a certos sintomas que podem indicar dificuldades na condução. Conheça agora alguns:
- Alterações na perceção, como dificuldades na audição e na visão, sobretudo em situações de pouca luz ou em manobras que exijam mobilidade do pescoço;
- Insegurança ao volante, hesitação ou tempos de reação mais longos;
- Episódios de confusão, vertigens, tonturas ou mal-estar;
- Dificuldade em manter a concentração ou em tomar decisões rápidas;
- Tremores, alterações na mobilidade ou movimentos involuntários;
- Sensacão frequente de fadiga, sonolência ou cansaço excessivo;
- Mudanças no comportamento, como agressividade ou impaciência sem motivo aparente;
- Excesso de confiança ou perda da noção de perigo na estrada;
- Irregularidades na condução, como variações bruscas de velocidade ou dificuldade em manter a trajetória do veículo.
Se algum destes sinais for identificado, é aconselhável procurar uma avaliação médica antes de continuar a conduzir, quer esteja em idade de reforma ou não. Porém, nesta situação é ainda mais essencial, refere a ANSR.
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Cuidados com a alimentação e posterior condução
A alimentação também desempenha um papel importante na segurança rodoviária. Refeições pesadas podem causar sonolência e diminuir os reflexos. O consumo de álcool deve ser evitado, especialmente quando combinado com medicamentos, pois pode aumentar os seus efeitos secundários e comprometer a segurança.
Regras para uma condução segura
Para garantir uma condução segura e tranquila, é recomendável seguir estas boas práticas:
- Apenas conduzir se estiver em boas condições físicas e mentais;
- Evitar trajetos desconhecidos, viagens longas ou deslocações noturnas;
- Utilizar sempre os dispositivos de segurança e respeitar os limites de velocidade;
- Fazer pausas regulares em viagens longas para descansar e manter a concentração;
- Realizar exames médicos e oftalmológicos periódicos para monitorizar a saúde.
Segurança como peão
Mesmo fora do volante, a segurança deve ser uma prioridade. Ao circular a pé, é importante garantir que se é visível, especialmente em zonas com pouca iluminação, e estar sempre atento ao trânsito. Adotar estas precauções permite prolongar a autonomia na condução e garantir a segurança na estrada para si e para os outros.
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