Com o calor persistente no fim de setembro, muitos aproveitam a oportunidade para desfrutar das praias portuguesas. No entanto, a chegada do outono traz consigo um alerta importante: a maioria das praias já não conta com nadadores-salvadores, o que aumenta significativamente o risco de afogamento. A Federação Portuguesa de Nadadores Salvadores (FEPONS) destaca que este é um período crítico e que é essencial agir com cautela.
O risco de afogamento é particularmente elevado após o final oficial da época balnear, que ocorreu no último dia de verão, a 22 de setembro. Sem a presença de nadadores-salvadores, os banhistas precisam de estar ainda mais atentos à sua segurança nas praias.
A FEPONS enfatiza que existe uma ligação direta entre o aumento das temperaturas e o aumento do número de afogamentos em Portugal. O país regista, em média, cerca de 120 mortes por afogamento anualmente, e os primeiros seis meses de 2023 já contabilizam 60 mortes, todas ocorridas em praias não vigiadas.
Principais causas de afogamento
Surpreendentemente, não é a falta de habilidades de natação a causa mais comum. Nas águas do mar, as correntes e agueiros são responsáveis por quase 90% das mortes por afogamento, pois a maioria dos banhistas não sabe como reagir a essas situações.
Nas zonas interiores, como barragens e rios, que frequentemente registam um grande número de afogamentos, a confiança excessiva das pessoas é o principal perigo.
Muitos subestimam os riscos, afastam-se da margem e, quando percebem, estão demasiado cansados para regressar. Além disso, a água dos rios é menos densa do que a do mar, o que torna a flutuação mais difícil.
É nas piscinas privadas que ocorrem a maioria dos afogamentos de crianças. Esta é a segunda causa mais comum de morte em crianças com menos de cinco anos.
Os acidentes acontecem quando as crianças se aproximam da piscina para brincar e acabam caindo dentro dela. Quando não sabem nadar e não têm as habilidades necessárias para se virarem na água, o afogamento pode ocorrer rapidamente.
Para minimizar o risco de acidentes, a Autoridade Nacional Marítima (AMN) recomenda a vigilância constante das crianças, a preferência por praias permanentemente vigiadas, o uso de calçado adequado nas áreas de acesso à praia e respeitar a sinalização nas praias.
Apesar do calor convidativo, é essencial que todos estejam cientes dos perigos e tomem medidas para garantir a segurança nas praias, especialmente agora que muitas delas estão sem nadadores-salvadores.
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