A Rússia anuncia esta segunda-feira a suspensão das negociações de paz com o Japão devido às sanções impostas por Tóquio em relação à “operação militar especial” na Ucrânia.
“Nas atuais condições, o lado russo não tem intenção de continuar as negociações com o Japão sobre o tratado de paz”, pode ler-se no comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros do executivo de Moscovo.
A diplomacia russa considera impossível discutir a assinatura de um documento com um país que tenha “adotado abertamente” uma posição “pouco amistosa” com o objetivo de prejudicar os interesses desse país.
Além disso, foi tomada a decisão de deixar de emitir licenças, sem necessidade de visto, aos cidadãos japoneses que desejam visitar as ilhas Curilas, antigo território japonês.
Outras medidas contra Tóquio incluem a renúncia ao diálogo sobre a exploração conjunta dessas ilhas, sobre as quais o Japão reclama soberania.
“Toda a responsabilidade pelos danos causados à cooperação bilateral e aos interessa do Japão recai sobre Tóquio, que optou conscientemente por uma deriva antirrussa em vez do desenvolvimento de uma cooperação e vizinhança mutuamente benéfica”, pode ler-se na nota oficial.
A 18 de março, o governo japonês anunciou sanções adicionais contra a Rússia, incluindo o congelamento de bens de mais 15 cidadãos russos, principalmente oficiais de alto nível da Defesa, e nove empresas da indústria militar, naval e aeroespacial.
Desde o início da invasão russa na Ucrânia, Tóquio impôs sanções a uma dezena de organizações e corporações russas, além de a 76 cidadãos como o Presidente russo, Vladimir Putin, assim como a 12 bielorrussos, incluindo o Presidente, Alexander Lukashenko.
No início de 2019, Putin e o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, comprometeram-se a assinar o tratado de paz que está pendente desde a II Guerra Mundial.