Ao embarcar num avião e preparar-se para a descolagem, talvez já tenha reparado que as luzes da cabina são diminuídas. Esta prática é rotineira e, embora alguns passageiros possam pensar que visa promover o sono ou um ambiente mais relaxado, a razão principal está diretamente ligada à segurança de todos a bordo.
Preparação para a visão noturna: Segurança em primeiro lugar
Diminuir a intensidade das luzes durante a descolagem e a aterragem permite que os passageiros e a tripulação ajustem os seus olhos a condições de luminosidade reduzida. O objetivo é preparar os olhos para uma possível evacuação de emergência durante estas fases do voo, conhecidas como as mais críticas. De acordo com dados da Boeing, 21% dos acidentes fatais ocorrem durante a descolagem e a subida inicial, enquanto 46% acontecem durante a descida final e a aterragem. “Esta prática é essencial para que, em caso de emergência, os passageiros já tenham os olhos habituados a um ambiente mais escuro e possam reagir com rapidez”, apontam especialistas, citados pelo Leak.
Para o olho humano, leva entre cinco a dez minutos a adaptar-se da luz intensa para uma condição de escuridão. Se uma evacuação for necessária, este tempo de adaptação torna-se precioso. Ao diminuir as luzes da cabina, a tripulação assegura que as saídas de emergência e a iluminação de segurança ficam mais visíveis, proporcionando uma orientação clara em situações de crise.
A delicada configuração do avião nas fases críticas
Durante a descolagem e a aterragem, os pilotos estão em total concentração, monitorizando os sistemas do avião e respondendo aos comandos do controlo de tráfego aéreo. Nestas fases, a aeronave encontra-se numa “configuração delicada”, com os flaps e o trem de aterragem estendidos, o que aumenta a sua vulnerabilidade a turbulências ou outros fatores de risco. Por esta razão, todas as medidas que aumentem a prontidão dos passageiros e da tripulação são levadas a sério.
Outras medidas de segurança na cabina
Além da redução das luzes, as assistentes de bordo asseguram que todos os procedimentos de segurança são seguidos, instruindo os passageiros a guardar objetos e a manter os bancos e mesas na posição vertical. A retirada de obstáculos cria caminhos desimpedidos e assegura uma evacuação rápida em caso de necessidade. “Esta organização de espaços na cabina é crucial para que, no caso de uma saída de emergência, as pessoas possam alcançar as saídas sem dificuldades”, explicou uma representante do setor.
A tripulação também pede para que as persianas das janelas fiquem abertas durante estas fases. Este procedimento, embora simples, permite uma observação rápida do exterior do avião, permitindo à tripulação e aos passageiros avaliarem melhor o ambiente no caso de uma emergência.
Atmosfera agradável e conservação de energia
Embora a segurança seja a prioridade, reduzir as luzes também traz vantagens adicionais, especialmente durante voos noturnos. O ambiente menos iluminado ajuda a conservar energia e oferece uma atmosfera mais serena, promovendo o descanso dos passageiros. Assim que o avião atinge uma altitude segura e o voo estabiliza, as luzes permanecem em baixa intensidade para fomentar um ambiente tranquilo.
Portanto, da próxima vez que embarcar no avião e notar a redução das luzes, lembre-se que este simples gesto é uma medida de segurança cuidadosamente pensada. A adaptação da visão à penumbra e a preparação do espaço são parte de um plano mais amplo que assegura uma resposta rápida e eficiente em caso de necessidade.
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