Maria de Fátima é a protagonista da história divulgada pela CNN Portugal que está a surpreender o país. A portuguesa é mãe de dois filhos e foi precisamente o casamento de um deles que desencadeou toda esta narrativa. Maria de Fátima pediu um empréstimo no valor de 11.000 euros para ajudar o filho a pagar o casamento. O filho terminou o matrimónio poucos meses após o enlace e a mãe ficou sem casa.
O filho de Maria de Fátima Gonçalves estava prestes a casar e pediu aos pais que o ajudassem com uma parte do dinheiro necessário para pagar a cerimónia. A mãe pesquisou por empréstimos na internet e contactou o número que apareceu no anúncio da White Finance. Foi assim que chegou à fala com Liliana Lopes, que se apresentou como consultora especializada em financiamentos.
O acordo estava feito. O empréstimo totalizava 11 mil euros, pagos numa prestação mensal de 250€. A garantia era a hipoteca da casa de Maria de Fátima. “Até me pagaram o pequeno-almoço e tudo e fomos lá a Santa Maria da Feira para assinar um contrato em como me emprestavam o dinheiro, passaram-me logo em três cheques”, conta Maria de Fátima à CNN Portugal. O que esta mãe nunca pensou foi nas dificuldades que iria passar para conseguir pagar a prestação de 250 euros nos meses que se seguiram.
É aí que aparece uma nova personagem nesta história, Hugo Lopes, irmão de Liliana Lopes. Este último propôs uma renegociação do valor em dívida, mas acabou por aumentar a mensalidade para 750 euros. Mais tarde, surge com outro senhor, chamado Pedro, que conseguiu diminuir o valor para 400 euros e é Pedro quem passa a ter de receber o dinheiro de Maria de Fátima. Para regularizar o novo cenário, foram a um outro cartório, desta vez na Costa de Caparica, fazer uma transmissão da posição contratual.
O que Maria de Fátima não sabia é que foi levada a fazer, em vez de uma hipoteca sobre a casa, uma escritura de venda do próprio lar. “Fiquei sem chão. Nem pedra nem cimento. Não houve chão que ficasse debaixo dos meus pés”, relata Maria de Fátima à CNN Portugal. Quer isto dizer que, a prestação que Maria de Fátima estava a tentar reduzir tratava-se da renda da própria casa que já não lhe pertencia.
Toda esta história decorreu durante o ano de 2017 e só recentemente é que o Ministério Público acusou Liliana Lopes e o irmão, Hugo Lopes, e Pedro Melo dos crimes de burla qualificada e usura agravado. No entanto, o desfecho desta história continua sem fim à vista.
Leia também: Conheça as pensões que não estarão abrangidas pelo aumento extraordinário de 1,25% em 2025