Apontar lasers a aviões em aterragem não é um fenómeno novo em Portugal, mas depois da recente pandemia são reportados ataques diariamente nos aeroportos portugueses. Esta prática, que é um crime, preocupa as autoridades e põe em risco a vida de passageiros, tripulação e populações.
O crime é punível até dez anos de prisão. Há alguma sensação de impunidade de quem comete estes atos. No entanto, “em 2018, a GNR identificou um jovem de 18 anos que apontou um laser a uma aeronave em Ponte de Sor, no Alentejo, e que acabou acusado de atentado à segurança de transporte aéreo”, refere o Sapo24.
Esta semana foram registadas duas ocorrências no Porto, no Aeroporto Francisco Sá Carneiro.
José Correia Guedes, antigo comandante da TAP revelou ao Sapo24 que “a informação que tenho é da NAV [Navegação Aérea de Portugal] e o que me disseram é que está a acontecer em média um episódio por dia no espaço aéreo português”.
O laser é usado principalmente no momento da aterragem, “uma das fases mais críticas do voo para o piloto. Se levar com um feixe de luz nos olhos durante o dia é mau, à noite é ainda pior”, indica o antigo comandante.
A prática também ocorre no estrangeiro. Segundo o Sapo 24, “de acordo com dados oficiais, mais de 46% dos casos reportados resultam na distração do piloto, que em um em cada quatro casos fica encandeado, muitas vezes temporariamente cego ou com visão deturpada, com formação de imagens falsas. Há também casos de lesões oculares, queimaduras da retina e hemorragias”.
José Correia Guedes espera que sejam tomadas medidas porque se tudo continuar na mesma poderá haver “uma tragédia” num aeroporto nacional.
A ANAC (Autoridade Nacional de Aviação Civil) refere que foram registadas 1150 ocorrência em Portugal entre 2013 e 2017.
Apontar lasers, ou como José Correia Guedes se refere, o mais recente “desporto nacional”. “É um disparate e uma inconsciência” e portanto há que continuar a alertar e denunciar quando ocorre.
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