A queixa foi apresentada na tarde do passado domingo, no posto da GNR de Almancil, no concelho de Loulé, pela empresa Lisfina, proprietária do terreno situado junto à praia do Ancão onde, no sábado, tinham sido detetadas movimentações.
Contactado pela Lusa, o diretor do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) do Algarve, Joaquim Castelão Rodrigues, confirmou ter recebido uma comunicação dos proprietários, tendo a equipa de vigilância ido ao terreno, “confirmando o abate de 25 pinheiros”.
Segundo aquele responsável, trata-se “do mesmo terreno com quase 50 hectares” onde o ICNF embargou, em maio, trabalhos de limpeza por ultrapassarem o mero “corte de alguns pinheiros mortos ou com sintomas de declínio” solicitado pelo proprietário.
Os pinheiros abatidos agora estavam localizados numa zona do terreno que não tinha sido alvo da ação de limpeza entretanto embargada pelo ICNF, acrescentou a mesma fonte, sublinhando que “a investigação segue com a GNR”.
Em comunicado, a Lisfina, empresa proprietária, revelou ter sido alertada no domingo “para movimentações no seu terreno, junto à praia do Ancão” no dia anterior, tendo algumas testemunhas confirmado “ter ouvido o som de motosserras durante a manhã de sábado, numa altura em que, além de não serem permitidos trabalhos, o terreno não tem vigilante”.
Deslocando-se ao terreno, os responsáveis da empresa constataram o corte “indiscriminado de algumas árvores”, que dizem sucederem-se “a outros atos praticados nas últimas semanas, de destruição de sinalética de propriedade privada e remoção de vedação de delimitação do terreno”.
A Lisfina reafirmou repudiar “estes atos de vandalismo” contra a sua propriedade e contra a natureza, “estranhando a proximidade dos mesmos com algumas notícias, publicadas no passado mês de maio, relativas a um alegado crime ambiental”, com o consequente embargo por parte do ICNF.
Na sequência das referidas notícias, a empresa solicitou reuniões à Câmara Municipal de Loulé e ao ICNF, “nas quais ficaram definidos procedimentos subsequentes que serão acompanhados por ambas as entidades”.
A empresa reafirmou “absoluta confiança nas autoridades”, sublinhando que “dará o seu contributo incondicional para que os autores deste crime sejam punidos, de acordo com a lei”.
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