Um indivíduo conhecido da população de Tavira por diversos assaltos ao longo dos anos foi apanhado a retirar dinheiro da caixa registadora do “Mira Café Tapas&wine“, em Tavira. O homem foi detetado em vídeo pelas imagens de videovigilância do estabelecimento comercial em causa, este domingo à noite.
O homem apanhado em vídeo é personagem também do incidente que ocorreu esta sexta-feira à noite, e relatado pelo cronista Michael Hagedorn ao POSTAL.
Michael conta que esta sexta-feira à noite estava a dar um passeio por Tavira, quando na Rua 5 de Outubro, passou pelo cronista, “como tantas vezes, um pedinte e ladrão que em Tavira toda a gente conhece e do qual se diz que sofre de alguma perturbação mental. O homem, já frequentemente condenado por furto e outras tantas vezes libertado, segue, em agitação doentia como sempre, mas desta vez sem pedir esmola ou importunar ninguém”.
No seguimento, Michael relata que “já quase ao pé da ponte romana, de repente, dois indivíduos saem precipitadamente das suas lojas e um deles atira o mendigo ao chão e desfere-lhe um violentíssimo murro nas costas. Perante isto, nós e um outro passante intervimos, gritando e impedindo o agressor de continuar a pancadaria. Enquanto gritávamos para que parassem de bater ao homem, este escapuliu-se rua abaixo”.
O agressor e cúmplice justificaram a agressão, conta Michael, “com o facto de se tratar de um ladrão, pelo que tinha de ser castigado. Respondemos que o que havia a fazer era chamar a polícia, pois vivemos num estado de direito onde há leis claras e que ninguém tem o direito de fazer justiça pelas suas próprias mãos. Em inglês e com grande agressividade, um deles gritava: “a polícia não faz nada”, “vão-se embora que não têm nada a ver com isto”, “não se metam nisto, eu tenho aqui o meu negócio”.
Um agente da PSP referiu ao cronista que “a polícia já actuou várias vezes, entregando o ladrão à justiça, mas que de cada vez ele volta a ser libertado, não sendo, por isso, de estranhar que, se nem os tribunais nem a autarquia intervêm, as pessoas se queiram proteger”.
Michael Hagedorn questiona, “o que nos diz este incidente sobre a confiança das pessoas quanto à capacidade do Estado português de garantir o estado de direito, o que nos diz sobre a confiança nos seus órgãos, na polícia, no poder judicial e na autarquia? São todos impotentes para garantir a lei, a ordem social e a justiça?”.
Segundo o cronista, estão reunidos todos os ingredientes para que uma desgraça ocorra.
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Veja agora as imagens de videovigilância: