As últimas saídas do modelo meteorológico ECMWF, em que a Meteored mais confia, continuam a apontar consistentemente para a influência, no estado do tempo, de uma depressão fria isolada no fim de semana de 16 e 17 de setembro em Portugal continental.
A formação e desenvolvimento desta depressão fria isolada (distingue-se da comum gota fria por ter reflexo à superfície) poderá resultar em chuva, por vezes moderada ou forte, em vento forte do quadrante Sul, com rajadas fortes e persistentes e algumas trovoadas dispersas.
Até justamente poucas horas antes do mencionado episódio meteorológico, saber onde vai chover e possivelmente trovejar será um pouco como “jogar na lotaria”, dado que o carácter errático e incerto deste tipo de depressõesprovoca, em muitas ocasiões, alterações significativas na previsão meteorológica.
Assim, a maior ou menor instabilidade atmosférica neste próximo fim de semana em Portugal continental, dependerá, em grande medida, da trajetória e posição finais da depressão fria isolada.
Previsão de Alfredo Graça, geógrafo e editor-chefe da Meteored Portugal
“A depressão fria isolada é quase igual a uma comum gota fria, sendo que uma das poucas diferenças se verifica no seu marcado reflexo à superfície, isto é, o sistema de baixas pressões apresenta uma circulação fechada à superfície”, avança Alfredo Graça, geógrafo e editor-chefe da Meteored Portugal.
Em Portugal esta tipologia de depressões costuma surgir com alguma frequência entre os meses de maio e outubro. Além da precipitação, normalmente irregular mas ocasionalmente forte, da possibilidade de trovoada e de granizo, também por vezes o vento sopra com forte intensidade de Sul ou Sudoeste, como se espera que seja o caso neste próximo fim de semana, sobretudo no domingo (17).
Chuva potencialmente abundante nalguns locais de Portugal e trovoadas dispersas
A depressão fria isolada provocará chuva fraca, por vezes moderada ou forte e trovoadas muito dispersas e irregulares em Portugal continental. Entre os vários possíveis efeitos deste episódio meteorológico adverso, não serão de descartar inundações localizadas e repentinas, sobretudo em áreas historicamente vulneráveis, transbordamento de rios e ribeiras, derrocadas e/ou deslizamentos de terras e alagamento de solos.
De momento, as regiões onde se prevê os maiores picos de precipitação e as maiores quantidades de chuva acumulada são: Minho, Douro Litoral, extremo norte montanhoso do Nordeste Transmontano, distritos de Aveiro e Viseu, área em torno da Serra da Estrela e Litoral Alentejano.
Vento forte do quadrante Sul
Normalmente, quando se prevê que o vento irá soprar de Sul ou Sudoeste, o agravamento nas condições meteorológicas é praticamente certo, seja com maior ou menor intensidade. O estado do tempo deste fim de semana não será apenas chuvoso, mas também possivelmente marcado por uma grande ventania.
À data de hoje, os mapas sugerem vento persistentemente moderado a forte durante sábado e domingo, em particular neste último (17 de setembro), com rajadas que poderão atingir até 70/80 km/h em vários locais do Norte e Centro de Portugal continental. Assim, tendo esta situação em vista, vários danos materiais poderão ser causados pelos ventos intensos.
Mais informação no artigo original: Provável depressão fria isolada no final da semana: que fenómeno é este e que efeitos provocará em Portugal?
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