Assembleia da República aprovou esta quinta-feira o decreto do Presidente da República, que renova o estado de emergência até ao final do dia 02 de maio, para permitir medidas de contenção da covid-19.
No plenário, o PS, PSD, BE, CDS-PP e PAN votaram a favor da prorrogação do estado de emergência, enquanto o PEV e Chega abstiveram-se. O PCP e a deputada não inscrita, Joacine Katar Moreira, e o líder da Iniciativa Liberal, João Cotrim de Figueiredo, votaram contra.
António Costa deixou algumas ideias sobre como se vai proceder ao regresso gradual à normalidade, uma vez que este estado de emergência será “diferente” dos anteriores.
Cresces podem abrir já em maio
A primeira grande novidade será que as creches podem ser reabertas no mês de maio. O primeiro-ministro deixa claro que “gostaria muito que as crianças do pré-escolar pudessem voltar a conviver, porque é importante que convivam sem estarem confinadas no seu espaço familiar”. Quanto ao ensino à distância, esse será para manter durante o terceiro período e a telescola está de volta para os alunos do 1º ao 9º ano.
Abertura parcial do comércio e máscaras para todos
António Costa também deixou antever alguns dos possíveis cenários no que diz respeito à proteção da população. Esta semana estarão concluídas as normas que permitirão a massificação de máscaras de proteção comunitária no mercado português e a produção de gel desinfectante. Deste modo, os trabalhadores podem começar a sua atividade laboral em segurança e sem risco de contágio.
Acontecerá assim uma “reativação gradual”, que poderá concretizar-se, segundo Marcelo Rebelo de Sousa, “com eventuais aberturas com horários de funcionamento adaptados, por sectores de atividade, por dimensão da empresa em termos de emprego, da área do estabelecimento comercial ou da sua localização geográfica, com a adequada monitorização”.
Também António Costa revela o desejo de privilegiar a abertura dos negócios locais e de proximidade. O relançamento do turismo está previsto, mas o Governo apela a que se façam férias cá dentro.
Reforço dos transportes
No setor dos transportes, prevê-se o reforço da sua capacidade, principalmente nos grandes centros urbanos como Lisboa e Porto. A adoção de uma nova forma de organização de trabalho que permita horários desencontrados vai permitir evitar aglomerações.
A verdade é que o novo coronavírus veio para ficar, em 2020 e talvez 2021. António Costa diz que “Temos de viver ano, ano e meio, com a ameaça deste vírus. Os próximos 15 dias são decisivos para preparar o nosso próximo ano, ano e meio. Temos de aprender a convier com o vírus”.
Portugal registava na quinta-feira 629 mortos associados à covid-19, mais 30 do que na quarta-feira, e 18.841 infetados (mais 750), indica o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde (DGS).
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