No contexto de um país assolado por uma onda de incêndios nesta altura do ano, como o ocorrido em Odemira, onde hectares foram consumidos pelas chamas, a exposição aos fumos resultantes pode acarretar consequências significativas para a saúde humana, desencadeando uma série de complicações a nível respiratório, cardíaco e neurológico.
Torna-se essencial compreender os riscos associados a esses fumos e adotar medidas preventivas para atenuar os efeitos adversos na nossa saúde. Iremos explorar estratégias eficazes para diminuir a exposição e preservar a saúde em situações de incêndio, com o auxílio do guia publicado na plataforma do Serviço Nacional de Saúde.
Os incêndios florestais produzem uma complexa mistura de elementos no fumo que é libertado, incluindo dióxido de carbono, vapor de água, monóxido de carbono, partículas diminutas, gotículas líquidas, hidrocarbonetos, óxidos de azoto e formaldeído.
Esta composição pode acarretar várias complicações adversas para a saúde.
Alguns efeitos indesejados são a irritação nos olhos, nariz e garganta, aumento da expetoração, tosse persistente, inflamação e estreitamento das vias respiratórias, doenças respiratórias como a bronquite, agravamento de condições cardíacas e respiratórias, para além de possíveis alterações na consciência e, em situações extremas, insuficiência respiratória.
Grupos mais suscetíveis a estas complicações incluem idosos, crianças, grávidas e pessoas com histórico de doenças cardiovasculares ou respiratórias, como a asma e a doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC).
Importa salientar que mesmo indivíduos saudáveis podem experienciar sintomas, sendo a gravidade dos riscos influenciada pela duração e intensidade da exposição, idade e características individuais.
Em zonas propensas a incêndios, é crucial abastecer-se de bens essenciais, como alimentos que não necessitem de refrigeração e medicação, para além de máscaras de proteção N95.
Assegurar um isolamento adequado de portas e janelas é fundamental, juntamente com a elaboração de um plano de evacuação a ser partilhado com os familiares.
Em situações de exposição, permanecer em ambientes interiores, fechar portas e janelas, usar a máscara N95 e evitar fontes de combustão dentro de casa, para além de continuar a fazer a medicação e manter-se hidratado, são medidas recomendadas.
No caso de exposição ao fumo, é crucial retirar a pessoa da área contaminada e monitorizar sinais como queimaduras faciais, dificuldade respiratória e alterações na consciência.
Se necessário, é importante contactar de imediato o SNS 24 (808242424), o CIAV (800250250) para casos de intoxicação ou o INEM (112) para situações de emergência.
Leia também: Descubra a plataforma que permite localizar incêndios ativos em Portugal