O Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL) inicia no sábado em Tavira, no Algarve, as comemorações do 50.º aniversário, com um debate, uma arruada e um momento cultural.
A dirigente do STAL Cristina Torres destacou que ao longo destes 50 anos existiram “muitas conquistas, com muita luta” relativamente a carreiras e aos regimes remuneratórios na administração local, “tentando resistir”, mesmo que “os processos dos governos e as políticas que têm seguido” tenham feito um caminho de recuo num conjunto de direitos.
“Nas carreiras está muito, muito ainda por fazer, porque, sobretudo em 2009, com o Governo Sócrates, a destruição das carreiras foi tremenda. Mas, nós mantemos essa linha firme: recuperação do direito à carreira”, disse.
A dirigente destacou ainda a conquista de metas como a redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais e o suplemento de penosidade e insalubridade, “uma batalha com muitos anos”, que tinha sido estabelecido, mas só em 2021 foi regulamentado.
Os objetivos para o futuro do sindicato, segundo Cristina Torres, mantêm-se, passando por “ir à procura das respostas que os trabalhadores precisam”.
“E a principal resposta que precisam é dos seus salários, salários que permitam viver com dignidade e fazer face aos problemas que todos os dias se colocam a quem vive neste país, face aos preços dos bens essenciais, o preço da habitação, da energia, das comunicações”, salientou a sindicalista.
“Estamos com um Governo em gestão, mas com este Governo ou outro Governo qualquer é preciso que a gente tenha respostas a estes problemas. Não vamos deixar para trás, nem agora nem nunca, a necessidade de uma resposta a este problema que são os salários no nosso país”, acrescentou.
O sindicato dos trabalhadores da administração local e regional, o primeiro sindicato na administração pública a constituir-se após o 25 de Abril, foi formalmente fundado em 24 de agosto de 1975.
No entanto, o processo de criação do sindicato teve início logo a seguir ao 1.º de Maio de 1974, com vários plenários por todo o país.
“Um dos primeiros momentos aconteceu em Tavira: uma reunião das comissões instaladoras. Juntou-se ali um grupo de gente para começar a dar forma ao sindicato”, em 19 e 20 de abril de 1975, disse Cristina Torres, salientando que é este momento que será assinalado no sábado nesta cidade do distrito de Faro.
Sob o lema “1975-2025: 50 Anos a Construir o Futuro com os Trabalhadores”, o programa de Tavira inclui um debate, pelas 10:00, na Biblioteca Municipal Álvaro de Campos, com a participação de Cristina Torres (presidente do STAL) e Sebastião Santana (coordenador da Frente Comum), uma arruada pelas ruas de Tavira às 15:00 e um momento cultural com música e poesia, às 16:00, no Parque de Feiras e Mercados, com entrada livre.
Para assinalar o 50.º aniversário do STAL estão também a ser preparadas iniciativas no Porto e em Lisboa.
Atualmente o STAL tem 48.940 trabalhadores associados.
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