Reinaldo Teixeira garantiu que quer trabalhar com todas as 34 sociedades desportivas das duas ligas profissionais, caso seja eleito presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), procurando novas formas de financiamento.
Em entrevista à agência Lusa, o candidato à sucessão de Pedro Proença garantiu que o seu “foco é trabalhar para as 34 sociedades desportivas”, mesmo com algumas questões que se levantaram nas últimas semanas, como os seus negócios com o presidente do Benfica, Rui Costa, que, na sua opinião, deviam ter sido resolvidas dentro de portas.
“Sempre estive e estarei disponível para aquilo que for necessário para as 34 sociedades desportivas. Ao longo desta caminhada destes últimos meses, com os vários clubes com que falei, vários presidentes, mais agentes desportivos e sociedades desportivas, todos eles, de uma forma geral, deram muitos contributos, muitas sugestões, com uma linguagem construtiva, uma linguagem para o bem do futebol, para o bem das competições, muito focados na missão e no espírito de ajudar a fazer”, assegurou.
O presidente da Associação de Futebol do Algarve, de 61 anos, admite que, caso seja eleito, vai haver divergências, mesmo dos clubes que o apoiaram, garantindo que não quer olhar para a divergência como “uma guerrilha, mas com um espírito positivo”, porque “o interesse do futebol é o interesse de cada sociedade desportiva e, se cada sociedade desportiva perceber que deve contribuir para o bem do futebol, tudo é mais fácil”.
Há quase 30 anos na LPFP, primeiro como delegado e depois como coordenador dos delegados, Reinaldo Teixeira diz que não se recorda de problemas com clubes e salientou a “evolução enorme” que houve nos últimos anos dentro da área de ação dos delegados.
Questionado sobre a forma de obter mais receitas para o organismo, Reinaldo Teixeira salientou o trabalho feito pelo anterior presidente, Pedro Proença, sobretudo na melhoria financeira, apresentando-se agora como “uma Liga diferente”, aprovando a construção da Arena Liga Portugal, que poderá ser usada para a criação de receitas, com a organização de eventos.
Sobre a falta de adeptos, Reinaldo Teixeira enumerou várias medidas, pedindo uma mensagem mais positiva para fora, desde dirigentes a jogadores, que “têm de perceber que, quanto melhor for a sua atuação, mais têm garantido a sua receita, os seus ordenados e as condições para melhorar”.
“O contributo dos treinadores para incentivar o tempo útil do jogo e um bom espetáculo e, também, como há pouco referi, a arbitragem tem um papel muito importante que, na minha opinião, tem vindo a melhorar muito”, disse, pedindo que o videoárbitro seja mais rápido a tomar as decisões.
O candidato disse que os espetadores não podem ir apenas ver o jogo, tem de lhes ser dado “mais experiências” e melhores condições, pedindo uma mensagem positiva também vinda das bancadas, com os adeptos a apoiarem a sua equipa e não a insultarem a adversária.
“Os adeptos de cada clube conviverem durante a disputa do jogo e sentirem que, de facto, um hoje ganhou, o outro perdeu, amanhã é contrário, mas a respeitarem-se. Esses valores têm de ser incentivados. E acredito que com isto também se melhorou bastante a segurança, ou seja, a pirotecnia, os petardos. Eu diria a expressão muito simples. Temos de ser capazes de banir a pirotecnia nos estádios”, referiu.
Para melhorar a competitividade da I Liga, Reinaldo Teixeira acredita que os clubes precisam de ter orçamentos maiores, algo que pode advir da centralização dos direitos audiovisuais, sendo essencial também a melhoria das infraestruturas – “ter condições para jogar, bons centros de treino, bons relvados, bons estádios para jogarem, as melhores condições para os adeptos”.
“Também valorizar o produto do futebol. Porque com linguagens negativas, com atitudes que, no fundo, criam ruído, não beneficiam o futebol. Diria que é um compromisso de todos os agentes e também isso torna mais competitivo. Porque essa realidade, mais espetadores, maior receita, mais pessoas a verem, automaticamente torna o produto mais vendável e o valor cresce. Consequentemente, com isso, conseguimos ter mais competitividade, porque temos mais condições para poder depois ter melhores equipas”, referiu.
Nas eleições para a presidência da LPFP, a lista A, liderada por Reinaldo Teixeira, concorre com a Lista B, de José Gomes Mendes, atual presidente da Mesa da Assembleia Geral do organismo.
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