O Teatro Lethes, em Faro, cancelou todos os espetáculos agendados até ao final do ano, devido a problemas estruturais no palco provocados pela depressão Cláudia, em novembro. A informação foi confirmada à agência Lusa pelo responsável pela programação desta sala histórica.
A tempestade de novembro “criou alguns problemas estruturais no palco [do Teatro Lethes] que levaram ao cancelamento de todos os espetáculos previstos até ao fim do ano, havendo alguns que foram transferidos para outras salas”, disse o diretor artístico de A Companhia de Teatro do Algarve (ACTA), Luís Vicente, que tem também a seu cargo a programação.
Segundo o responsável, ainda esta semana uma empresa contratada pela Câmara Municipal de Faro irá realizar “uma análise independente” da situação do palco, para que posteriormente seja possível avançar com a intervenção necessária para corrigir as deficiências estruturais detetadas.
“Estamos com um grande problema para resolver. Os cancelamentos são um prejuízo significativo, visto que alguns dos espetáculos já tinham a lotação esgotada”, assinalou Luís Vicente.
Entre as atuações cancelados estão espetáculo de ballet clássico como o “Quebra-Nozes”, da Companhia Jovem de Dança do Porto, a peça de teatro “Limites”, produzida pelo Teatro dos Aloés ou a tragédia de Shakespeare “Rei Lear”, pela Companhia de Teatro do Chapitô.
Por outro lado, há espetáculos que foram transferidos para outras salas como o Concerto de Natal, da Associação Filarmónica de Faro, que agora se irá realizar na Biblioteca de Faro, ou o concerto de Daniel Kemish, que passou para o Museu Regional de Faro.
Valor dos bilhetes adquiridos vai ser reembolsado
O valor dos bilhetes adquiridos vai ser reembolsado no prazo de até 30 dias da data do espetáculo.
O edifício que hoje se designa Teatro Lethes começou por ser um colégio de Jesuítas, no século XVI, tendo sido inaugurado como teatro em 04 de abril de 1845.
Mais de um século depois, o teatro foi vendido, em 1951, à Cruz Vermelha Portuguesa, que mantém a propriedade do espaço, tendo sido cedido ao Ministério da Cultura e, depois, em 2012, fruto de um protocolo com a Câmara Municipal de Faro, determinado que a ACTA ficaria como companhia residente e responsável pela sua gestão.
O mau tempo causado pela passagem da depressão Cláudia no Algarve provocou, a 15 de novembro último, a morte a uma idosa de 85 anos e mais de 20 feridos em Albufeira, tendo provocado igualmente estragos noutros concelhos, principalmente em Lagoa e Silves.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) confirmou que o fenómeno que atingiu Albufeira nesse dia foi um tornado, que alcançou rajadas de vento na ordem dos 220 quilómetros por hora, tendo percorrido um trajeto de cerca de quatro quilómetros.
















