Keely Capel, uma britânica agora com 42 anos, descobriu no Algarve, aos 24, o lugar ideal para realizar um sonho que muitos considerariam inalcançável. Capel vive uma vida que, segundo ela, é incomparavelmente superior em termos de qualidade e custo de vida em comparação com o que tinha no Reino Unido. Saiba mais neste artigo, com a colaboração do inews.
“Quando Keely Capel, de 24 anos, colocou toda a sua vida no carro e conduziu por três dias até chegar ao Algarve, não tinha a certeza de quanto tempo permaneceria no sul de Portugal, mas queria fugir da ‘roda de hamster’ da vida no Reino Unido. Agora, aos 42 anos, empresária bem-sucedida e mãe de dois rapazes pequenos, fez da região ensolarada o seu lar e não planeia voltar a Inglaterra”, começa por explicar a mesma fonte.
Segundo a britânica, “o que me atraiu [ao Algarve] é que os portugueses parecem ter um bom equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. Nada é sacrificado, mas as pessoas param, tiram tempo, tomam café, vão à praia”.
No Algarve, a vida “é mais tranquila e ao ar livre” sendo possível contrastar com o estilo de vida que tinha quando nos seus primeiros 20 anos viveu em Windsor, mas a viajar regularmente para Londres: “era aquele tipo de roda de hamster – levantar e apanhar o comboio às 6h, nunca chegar a casa antes das 20h, todos os dias eram um borrão, os fins de semana chegavam e apenas serviam para descomprimir da semana que passou, prontos para começar de novo”.
Conta ao inews que quando os pais se mudaram para Portugal, um destino que, segundo Capel, a família já tinha considerado emigrar durante a sua juventude, isso despertou uma ideia alguns anos antes da sua grande mudança.
“Olhei para a qualidade de vida que os meus pais tinham e percebi que nunca iria alcançar essa qualidade de vida, não importa o que fizesse no Reino Unido… em termos de trabalho, financeiramente, estaria sempre a correr atrás. Decidi que, se não fizesse a mudança, daqui a 10 anos iria acordar a fazer mais ou menos a mesma coisa, por isso literalmente arrumei o carro e conduzi, durante três dias, até Portugal”, afirmou.
Aproximando-se do seu 25.º aniversário, decidiu dar seis meses para ver se conseguia estabelecer uma vida no Algarve ou, caso contrário, regressar a Inglaterra. No entanto, “muito rapidamente percebi que, sabem, mesmo que tivesse que limpar casas de banho por dois euros à hora, faria isso se significasse poder ficar. A transição é obviamente facilitada quando se tem os pais já a viver no país, mas, na altura em que me mudei para cá, a idade média da população expatriada era superior a 55 anos. Ainda era um lugar vibrante com muitos jovens, mas não tanto um lugar para alguém nos seus vinte anos se mudar sozinho”, contou.
De acordo com a britânica, isso está a mudar. Embora tenha continuado a trabalhar na área de recrutamento quando se mudou para o Algarve, Capel acabou por enveredar pelo ramo imobiliário, primeiro ao criar uma agência nacional com um compatriota inglês, antes de se aventurar a fundar a sua própria empresa há quatro anos.
“Uma das razões pelas quais comecei a minha própria agência foi porque me concentro muito em estrangeiros e pessoas que se estão a mudar,” explicou, acrescentando que tem começado a ver “muitas famílias jovens [a procurar mudar-se para a região]. O Covid mudou a paisagem – estou a ver muitas pessoas, do Reino Unido, Irlanda, até dos EUA, a mudarem-se permanentemente, que talvez antes comprassem casas de férias”, explicou.
Em termos de estilo de vida, Capel afirmou que sente ser mais fácil fazer mais e ter uma vida mais social, gastando menos, em Portugal do que alguma vez experienciou enquanto crescia em Inglaterra. “É relativo e depende do que faz em termos de trabalho, pois os salários podem ser bastante baixos aqui, mas ainda é acessível. Se eu quiser tomar um café com amigos, posso conseguir um café por 60 cêntimos. Em Inglaterra, mesmo que não vá às grandes cadeias, ainda estamos a falar de três ou quatro libras por um café. É claro que Inglaterra é bonita, mas o clima nem sempre ajuda e o custo de vida não facilita. Em Inglaterra, tudo custa dinheiro”.
Os seus filhos, de seis e oito anos, são ambos bilíngues e têm dupla nacionalidade: britânica e portuguesa. A britânica ressalta ainda que o Algarve é muito acolhedor, uma vez que muitas pessoas falam inglês. Embora ainda tenha amigos e alguns familiares no Reino Unido, não prevê que a família regresse a Inglaterra, mesmo que deixassem a única casa que os seus filhos conhecem.
“Não acho que, mesmo que os meus pais vivessem no Reino Unido, eu voltasse. Estou aqui indefinidamente com os meus filhos por causa da nacionalidade deles, mas mesmo que eu dissesse, ‘agora é a hora de ir’, não iria para casa. Amo Inglaterra, adoro voltar por alguns dias, ver pessoas, tenho saudades de certas coisas de Inglaterra, mas não o suficiente para querer voltar para casa”, finalizou.
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