A morte não é, por norma, associada a uma coisa positiva. Porém, a funerária de EA Hearse Services & Funeral Agreement, no Gana, faz a festa. Quem o diz é o proprietário Emmanuel Agyeman, que explica como a morte pode ser encarada como uma celebração.
Quando alguém mais idoso morre, o funeral tem de ser de festa, para celebrar a vida que teve. O mesmo não acontece com os jovens, onde a morte é associada a algo doloroso, uma vez que a sua vida lhe foi retirada sem que conseguisse aproveita-la, diz a publicação do El Pais.
A maioria dos funerais com danças era pouco conhecido do público, mas em 2017, a BBC e a Associated Press mostraram a realidade que se vive no país africano. Talvez pela quantidade de tempo livre devido à quarentena, os internautas resgataram as imagens e construíram memes com os funerais.
Para os menos entendidos, um “meme” é uma imagem ou vídeo que se torna viral e é depois transformada para fazer piadas com assuntos do dia a dia.
A “arte” de dançar com os caixões foi recentemente descoberta pelas redes sociais, que associaram situações que não vão terminar bem com os vídeos da celebração da morte. Por exemplo, uma pessoa está a andar e tropeça. Nesse momento, a imagem é cortada e aparecem os homens a carregar o caixão e a dançar.
O serviço básico de carregadores de caixões pode rondar os 140 euros, segundo Emmanuel Agyeman. Explica que “O orçamento, ao qual acrescentamos outras despesas de funeral, inclui a contratação de oito pessoas: seis para carregar o caixão sobre os ombros, outra para liderá-los e tocar flauta. Se quiser mais músicos, ou até uma volta mais longa com o caixão até duas horas, terá de pagar mais”.
Segundo o dono da funerária, 25% da população vive abaixo da linha de pobreza, há famílias que gastam até 15 mil euros nas celebrações funerárias.
Emmanuel Agyeman admite que descobriu há pouco tempo os ‘memes’ em vídeo dos carregadores de caixões. “É normal que as pessoas gostem, o que eu não entendo muito bem é como é que se tornou tão famoso na Europa e quem conseguiu editar isto para fazer parecer que é uma coisa má”, uma vez que para o seu povo a morte é para ser celebrada.
A verdade, é que estes vídeos correm as redes sociais diariamente e dão origem a milhares de partilhas no Facebook, Instagram e Tik Tok.