Os alunos do 9.º ano, em articulação com a equipa da Biblioteca Escolar do Agrupamento de Escolas de Alcoutim, produziram um vídeo promocional da freguesia de Martim Longo.
Conforme explica Paula Cristina Galrito Bento, diretora do Agrupamento de Escolas, “a realização deste produto multimédia visa simultaneamente promover a literacia dos media assim como o património local do concelho de Alcoutim, valorizando a memória na construção do futuro”.
O vídeo está acessível no canais das Bibliotecas Escolares de Alcoutim em português e em inglês.
Sobre a freguesia de Martim Longo
Os trabalhos arqueológicos realizados nesta freguesia, do concelho de Alcoutim, revelaram uma importante ocupação no período Calcolítico, com escassos vestígios de uma anterior presença durante o Neolítico, da qual há a destacar a Anta da Castelhana.
Localizada na fronteira com o concelho de Tavira, este monumento funerário, bastante regular e com corredor, terá sido construído no período de transição do quarto para o terceiro milénio ou para os primeiros séculos deste. Posteriormente foi reaproveitado pelos “pastores megalíticos” contemporâneos do Calcolítico, período este bem marcado nos objetos encontrados na escavação.
Junto da própria aldeia de Martim Longo, os recentes trabalhos de instalação de uma antena de telecomunicações para telemóveis, puseram em evidência uma cista megalítica pertencente às primeiras populações que utilizaram o cobre nos seus instrumentos – A Cista Megalítica do Malhão. Trata-se de uma sepultura individual, de contorno sub-rectangular, que terá sido construída no Neolítico Final, ou já no Calcolítico. Possui um lageado exterior que se desenvolve a toda a volta da caixa tumular, constituída sobretudo por lages de grauvaque e algum xisto. Está parcialmente destruída devido à implantação da antena.
Para além da Cista Megalítica do Malhão, o atual espaço da freguesia revelou outros monumentos funerários Calcolíticos, como as Tholoi e o importante povoado fortificado do Castelo de Santa Justa – implantado num cerro, evidenciando defesas naturais, foi durante o terceiro milénio a.C. ocupado por uma população agro-pastoril. Ao longo do terceiro milénio a população residente criou uma estrutura defensiva que sofreu evoluções em cinco momentos diferentes: dum simples muro com uma entrada, evoluiu, numa fase posterior de construção, para a inserção de duas das dez torres detetadas na muralha até um complexo dispositivo defensivo na 5ª fase, com uma segunda porta mais elaborada, albergando no seu interior 7 das 10 cabanas encontradas.