A Associação de Beneficiários do Plano de Rega do Sotavento do Algarve considera que a Barragem da Foupana é urgente, pois iria reforçar todo o Sotavento e o Algarve Central para as necessidades do próximo quarto de século.
“Nos últimos cerca de 40 anos fizeram-se quatro grandes barragens no Algarve. Mas há quase 15 anos que nada se decide a respeito de armazenar água para a saúde pública e para o desenvolvimento da economia regional”, começa por dizer a associação em comunicado.
No princípio dos anos 80 do século passado, o Algarve teve uma seca acentuada e não tinha nenhuma solução consistente de abastecimento de água às redes urbanas a não ser por furos que iam secando e salgando.
Em 1986 fez-se a barragem de Beliche, sete anos depois o Funcho, em 1997 Odeleite e uma dúzia de anos depois em 2009 Odelouca.
Com estes quatro copos a juntar ao Arade e à Bravura de 1995 e de 1958 respetivamente, ficou a região nos consumos urbanos, turísticos e agrícolas salvaguardada.
“Mas passados quase 15 anos, a população cresceu, o turismo também, a agricultura de regadio prosperou e os anos secos tocaram-nos na última meia dúzia de anos. E decisões para se armazenar mais água: nenhuma”, apontam os regantes do sotavento, acrescentando que “existe um projeto para colocar uma conduta do Pomarão (Guadiana) até Odeleite, mas certeza quanto à sua execução não há. Sabe-se que o assunto não está resolvido”.
“A bacia que requer uma barragem há muito é a Foupana, com mais capacidade do que Odeleite e junto desta. Seria fácil reforçar com a Foupana todo o Sotavento e o Algarve Central para as necessidades do próximo quarto de século”, defendem.
“O que seria normal era de se estar já a fazer o projeto, para ter a barragem daqui a 10 anos. E sentimos que ninguém das autoridades do Estado está a fazer nada por isso. Não podemos cruzar os braços resignadamente. A Foupana é urgente”, reforça a associação presidida por Macário Correia.
Neste espírito, a Associação de Regantes do Sotavento “em vez de apenas falar e com razão”, anuncia que está disposta “a começar já e de assumir os custos do projetos e do Estudo de Impacte Ambiental em partilha com o Estado ou com a empresa Águas do Algarve”.
“Não queremos sentir a culpa de nada fazer e ficar com a consciência pesada perante a indecisão. Queremos a Foupana, a economia do Algarve precisa dela e não se pode adiar mais”, conclui.