Raquel, a mãe da falecida cantora Claudisabel, de Loulé, revelou, ao Correio da Manhã, que o silêncio do condutor do carro envolvido no embate a perturba.
Segundo a mesma fonte “Raquel não vive, sobrevive. Arrasta-se por Loulé, vai à loja de manicure apenas quando marca com clientes. No café quando lhe falam da filha chora. Raquel está numa depressão profunda, sem ajuda e sem apoios. Não tem respostas e nada sabe sobre o processo-crime em que se vai apreciar a culpa da morte da filha”.
Em entrevista ao CM revela que não será capaz de perdoar o condutor envolvido no embate. O guarda prisional nada lhe disse durante meses. Não assumiu a responsabilidade pelo excesso de álcool e a velocidade exagerada que o levaram a abalroar o carro onde seguia a cantora.
“Cometi um erro, tive um azar na vida e não desejo isto a ninguém. Sou boa pessoa”, revela à mesma fonte o homem envolvido no acidente.
Raquel ficou com a vida suspensa desde que naquela madrugada, na zona de Grândola, na A2, a filha teve o acidente, “morri com ela naquela estrada. Perdi o meu mundo, o meu chão. Tudo deixou de fazer sentido.”
A mãe afirma que quer repor a verdade. Sobre o acidente garante que a filha nunca parou o carro e que não vinha a velocidade reduzida.
“Dizem que ela se sentiu mal, mas é mentira. Eu vim a falar com ela durante 45 minutos, desde o Montijo, e ela nunca me disse que não estava bem”, recorda Raquel, que sobre o momento do acidente diz só ter ouvido um violento estrondo. “De repente, há um barulho e o telefone fica em silêncio. Liguei dezenas de vezes, mas percebi imediatamente que algo tinha acontecido. A minha filha nunca mais atendeu, pode ter morrido naquele momento”, refere.
Raquel conta que a filha começou a contar aos 14 e que “era agente dela. Dava os cartões de visita e tratava de tudo para os espetáculos. Era muito acarinhada, foi sempre uma cantora popular que as pessoas gostavam”.