O cenário é assustador e catastrófico. Uma guerra nuclear entre Estados Unidos e Rússia provocaria, só nas primeiras horas, mais de 90 milhões de vítimas. A simulação foi feita há três anos por investigadores da Universidade de Princeton, nos EUA. A questão que se coloca é: será esta uma ameaça real?
Em 2019, a Universidade de Princeton fez a simulação de uma guerra nuclear entre os Estados Unidos e a Rússia, a que deu o nome de “Plan A” (Plano A, em tradução livre). A conclusão é, no mínimo, assustadora: só nas primeiras horas de confrontos, resultariam desta guerra mais de 90 milhões de vítimas, entre mortos e feridos.
No vídeo em que se explica, recorrendo a um mapa mundo, como tudo aconteceria, é possível ver o efeito devastador que resultaria dos ataques entre as duas potenciais.
O investigador Alex Glaser, que partilhou o vídeo no YouTube, explica que “a (…) equipa fez uma simulação sobre as estratégias, objetivos, danos e vítimas que uma possível guerra nuclear poderia ter”.
“Estimamos que provocaria mais de 90 milhões de mortos e feridos só nas primeiras horas de conflito”, diz o investigador.
O número de vítimas foi calculado de acordo com os dados do NUKEMAP, um simulador de efeitos nucleares, e tem apenas em conta as provocadas por explosões nucleares. Estimativa que aumentaria significativamente se fossem contabilizadas as vítimas de precipitação radioativa e outros efeitos de longo prazo.
Para a realização desta simulação, a Universidade de Princeton teve em conta as posições de ambas as potências mundiais, os respetivos planos e objetivos nucleares à data, ou seja, em 2019. No vídeo é possível perceber como o conflito se desenrolaria, como teria início, as estratégias e os alvos, quer dos EUA, quer da Rússia.
Esta simulação foi desenvolvida pelos investigadores Alex Wellerstein, Tamara Patton, Moritz Kütt, e Alex Glaser que tiveram a assistência de Bruce Blair, Sharon Weiner e Zia Mian.
SERÁ ESTA UMA AMEAÇA REAL?
É a questão com que o mundo ocidental se confronta. Estará o Kremlin a querer apenas assustar ou a ameaça pode mesmo confirmar-se? Ainda esta quarta-feira, o chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, declarou que a única alternativa às sanções contra Moscovo é uma terceira guerra mundial, que seria “uma guerra nuclear devastadora”.
Mas há mais. A Rússia realizou, esta terça-feira, exercícios com mísseis na Sibéria. Submarinos nucleares também partiram para o mar de Barents, que se situa a norte da Escandinávia. A notícia, avançada pela Associated Press, surgiu dois dias depois de Vladimir Putin ter colocado as forças dedissuasão nuclear russas em alerta máximo.
Em tempos de incerteza, resta esperar que a segunda ronda de negociações entre ucranianos e russos, marcada para esta quinta-feira, termine com um cessar-fogo e a abertura de portas ao diálogo.
- Texto: SIC Notícias, televisão parceira do POSTAL