Foram várias as pessoas que deixaram mensagens de condolências a Beatriz Baptista José, falecida na passada sexta-feira à noite, vítima do trágico acidente que ocorreu num dos canais de acesso à ilha da Culatra.
Em comum a grande dor e tristeza, mas igualmente a admiração pela Beatriz como ser humano. O cantor e compositor de Olhão, Ricky Buchinho, deixa um texto com comoção e ternura pela Bea:
“Amanhã [sexta-feira] será a última despedida do corpo físico da Beatriz. Guardo em mim eternamente as nossas gargalhadas e pagodes quando estávamos juntos, assim como o teu sorriso na procissão para connosco este ano e o nosso barco quando te encontrámos; se soubesse que era a última vez que te via, ter-te-ia metido dentro do nosso barco para te juntares a nós. A viagem pela terra foi muito curta mesmo, mas tenho a certeza que o teu sorriso continuará a iluminar a vida daqueles que te sentiram com alma e coração. Que Deus te receba de braços abertos minha querida. – RB”.
Fica ainda um texto que foi “enviado por uma pessoa muito especial”, salienta um familiar da Beatriz:
“Lembraremos a Beatriz sempre por aquilo que ela era e por tudo aquilo que representava. Com todos os seus defeitos, que sabemos que eram muitos, e todas as suas virtudes, que sabemos que eram ainda maiores que os seus defeitos.
Já diria Alberto Caeiro:
“Quando vier a primavera,
as flores florirão da mesma maneira
e as árvores não serão menos verdes
que na primavera passada”
Na realidade, quando perdemos alguém tão importante quanto a Bia era para nós, tenho dificuldade em concordar com o poeta. Porque, na verdade, parece que as nossas flores nunca mais florirão da mesma forma. Que a nossa primavera nunca será tão colorida como fora outrora. Mas o tempo ensina-nos que, afinal, as flores da nossa vida começam a vibrar ainda mais. Cada árvore, cada estrela, cada onda – brilha mais. Porque a Bia está em todas elas. Porque a Bia é cada uma delas. E enquanto a lembrarmos assim, a Bia nunca nos morrerá. Será eterna até que a última estrela se apague. Até que a última flor murche. Até que a última onda encontre a areia”.
O corpo da Beatriz foi para velório esta sexta-feira, dia 19 de agosto, pelas 09:30, na Igreja da Nossa Senhora da Soledade, em Olhão, e seguiu para o Cemitério Municipal 16 de Junho (novo), em Olhão.
Representando o que a Beatriz era, “Luz”, a família pediu “a todos os que queiram estar nesta última homenagem que se vistam de branco”. E assim aconteceu, uma “cerimónia de luz para a nossa princesa”.
Beatriz Baptista José, natural da Ilha da Culatra, em Faro, partiu, acompanhada de amigos, numa embarcação de recreio particular rumo à cidade para assistir ao concerto da noite do Dillaz.
Mas uma fatídica colisão entre duas embarcações na Ria Formosa, no canal Faro/Olhão, acabou por lhe tirar a vida. Tinha 17 anos, e não há muito tempo, pai e mãe tinham igualmente falecido.
O médico da VMER terá levado algum tempo até conseguir estabilizar a Beatriz para poder ser transportada para o hospital de Faro, mas ela acabou por não resistir aos ferimentos.
Aos familiares e amigos de Beatriz Baptista José, o POSTAL endereça sentidas condolências neste momento de grande dor e tristeza.