Francisco Serrano, o homem que deu entrada na urgência do hospital de Faro, no início de abril, pelo próprio pé, com uma perna e braço afetados e que foi diagnosticado com um linfoma no sistema nervoso central, faleceu na tarde desta segunda-feira, aos 68 anos.
Francisco estava internado, em coma induzido, a aguardar uma transferência para o IPO de Lisboa porque o departamento de oncologia do hospital de Faro não possui o serviço de hematologia.
A transferência ia-se realizar quando o seu estado clínico fosse considerado seguro para fazer a deslocação.
Esta segunda-feira de manhã o hospital chamou a família para se despedir. O homem acabou mesmo por falecer nas primeiras horas da tarde.
A filha, Janete Serrano, conta como foram os últimos momentos com o pai: “não te deixámos sozinho pai. Eu, o meu irmão, Bruno, e a tua querida amada neta, Janine, estivemos contigo até ao teu último suspiro. Estivemos de mãos dadas junto contigo. Rezámos o Pai Nosso e disse que estava tudo bem. A tua missão chegou ao fim e pedimos para olhares por nós, que podias partir sereno, assim aconteceu. O teu coração parou nas máquinas mas não para nós porque metade do teu coração bate dentro de nós, em mim e no Bruno”.
Janete despede-se revelando que “sempre que ouvir a música ‘eu ouvi o passarinho’ vou sentir um arrepio na pele, como se nós os dois estivéssemos a cantar a tua música favorita”.
Paulo Martins Jorge, amigo da família, homenageou o amigo no seu Facebook e sobre a filha de Francisco, Janete Serrano, escreveu “[ela] cumpriu o seu juramento, entregou-se a ti e foi-te fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias, dos teus últimos dias de vida, até que a morte vos separou. Não morreste sozinho, estiveste sempre rodeado das pessoas que gostavam de ti”.
O corpo vai estar às 10:00 de quarta-feira na Igreja dos Capuchos em Faro e a celebração da missa vai realizar-se às 15:00, seguindo o funeral para o cemitério novo de Faro.
A filha, Janete, apela para que as pessoas “tragam roupa branca e apenas uma flor branca nada mais, por favor não gastem dinheiro em flores, o importante é a presença”.
De relembrar que o POSTAL seguiu a história de Francisco desde o dia em que deu entrada no hospital de Faro.