Um golo do argentino Brian Mansilla, aos 90+4 minutos, permitiu hoje ao Farense conquistar o primeiro ponto na edição 2020/21 da I Liga de futebol, com um empate 3-3 na receção ao Famalicão, em encontro da quarta jornada.
A formação algarvia chegou ao intervalo a vencer por 2-0, com tentos dos centrais brasileiros Eduardo Mancha, aos quatro minutos, e César, aos 25, mas, na segunda parte, Rúben Lameiras, aos 65, de penálti, e 73, e Bruno Jordão, aos 81, deram a volta.
Na classificação, o Famalicão, que acabou com 10, por expulsão de Edwin Herrera, aos 88 minutos, passou a contar cinco pontos, juntando-se aos sétimos colocados, enquanto o Farense somou o primeiro ponto, mas ainda é 18.º e último.
COMENTÁRIO: Farense ’empata’ Famalicão a três com golo nos descontos
O argentino Brian Mansilla deu hoje o primeiro ponto da época ao Farense na I Liga de futebol, ao ‘empatar’ o Famalicão (3-3) nos descontos, na quarta jornada, depois de ter desperdiçado dois golos de vantagem.
Os algarvios chegaram a 2-0, com golos de Eduardo Mancha (04 minutos) e César (25), após cantos, mas, na segunda parte, Rúben Lameiras (65, de penálti, e 73) e Bruno Jordão (81) viraram o resultado, antes do empate final, aos 90+4, já com o Famalicão reduzido a 10 unidades, por expulsão de Edwin Herrera (88).
O Famalicão segue, provisoriamente, no grupo dos sétimos colocados, com cinco pontos, enquanto o Farense manteve-se em 18.º e último, com apenas um.
Eduardo Mancha, em estreia absoluta na I Liga, demorou apenas quatro minutos a colocar o seu ‘selo’ na partida: Jonatan Lucca marcou um canto da esquerda do ataque algarvio e o central brasileiro, aproveitando a lentidão de Pereyra no ataque à bola, apareceu no ‘coração’ da área a desviar com sucesso para a baliza.
Sem pontuar após três rondas, o Farense ganhou confiança, partindo para uma boa meia hora inicial, com contra-ataques perigosos e mostrando-se muito perigosa no aproveitamento das bolas paradas, perante um Famalicão mais apático.
Stojiljkovic atirou muito por cima, após um contra-ataque algarvio (18 minutos) e Hugo Seco foi muito lento a atacar a bola após um cruzamento perigoso (22), enquanto Pereyra evitou, com um corte decisivo, o remate de Amine ao segundo poste após mais um canto de Lucca (25).
O Farense estava ‘por cima’ e chegou ao segundo golo aos 25 minutos, através de mais um lance de bola parada: Lucca assinou novo canto da esquerda, Gauld desviou ao primeiro poste e César, livre de marcação, encostou de cabeça para dentro da baliza.
O Famalicão ainda tentou reagir antes do intervalo, mas foi na segunda parte, também com as três alterações efetuadas pelo treinador João Pedro Sousa, claramente com pendor ofensivo, que mostrou uma dinâmica mais forte.
Os algarvios pareciam mais preocupados em defender a vantagem, mas ainda estiveram perto do 3-0 – Lucca, de fora da área, atirou para grande defesa de Zlobin, aos 62 minutos -, antes de os minhotos reduzirem, por Rúben Lameiras (65), na marcação de um penálti, a castigar falta de Bandarra sobre Valenzuela.
O Farense voltou a ter nova grande ocasião para ‘matar’ a partida aos 68 minutos, quando Mansilla, servido por Lucca, atirou ao poste, antes de o melhor período dos famalicenses consumar a reviravolta no marcador.
Rúben Lameiras ‘bisou’, aos 73 minutos, com um pontapé forte dentro da área após corte defeituoso de César, e Bruno Jordão colocou a sua equipa na frente, aos 80, com uma brilhante jogada individual em que ultrapassou dois adversários e, na ‘cara’ de Defendi, não desperdiçou.
Aos 88 minutos, Edwin Herrera foi expulso, mas, mesmo em inferioridade numérica, o Famalicão parecia ter a vitória segura, até que surgiu Mansilla, aos 90+4, servido por Cláudio Falcão, a selar a igualdade final.
DECLARAÇÕES dos treinadores
– Sérgio Vieira (treinador do Farense): “É um resultado que penaliza muito o momento que atravessamos. Em termos emocionais, o facto de querermos os três pontos mexeu emocionalmente com a equipa quando estava a ganhar 2-0. Em termos mentais, preferimos abdicar de ter o controlo do jogo. Temos capacidade para isso, mas o momento que atravessamos fez com que não fôssemos tão audazes.
Acaba por ser um resultado injusto. Face àquilo que conseguimos em relação a oportunidades, mesmo depois de termos sofrido o primeiro golo – tivemos várias oportunidades para dilatar o resultado -, temos de nos agarrar a este ponto e olhar para o futuro.
Foi muito demérito nosso termos perdido três pontos. Por termos abdicado do controlo e não termos matado o jogo com o 3-1. São falhas nossas que nos penalizam. Queríamos levar os três pontos e não só somar oportunidades perigosas.
O ponto conquistado foi de forma convincente. Precisávamos de pontuar e chegámos rapidamente à vantagem por questões estratégicas que preparámos com a análise do adversário, através de movimentações nossas e das bolas paradas.
Estrategicamente, fomos perfeitos e organizados. Mas somos penalizados pela nossa própria atitude de não mantermos a nossa identidade. Face ao momento e à posição da equipa na tabela, percebo que isso pode acontecer, mas temos de trabalhar mais para evitar isso”.
– João Pedro Sousa (treinador do Famalicão): “Foi um jogo difícil, duro para nós.
Foi uma primeira parte muito complicada, com problemas que o Farense nos causou, mas também com problemas que impusemos a nós próprios, mostrando extremas dificuldades nos lances de bola parada. Uma equipa profissional não pode permitir que o adversário nos cause tanto dano. Fizeram dois golos e podiam ter feito mais. Não conseguimos dar resposta.
Mudámos ao intervalo três jogadores e retificámos alguns posicionamentos. Fomos mais rápidos, pressionantes e concentrados e acreditámos que o nosso jogo podia dar a volta ao resultado.
Virámos para 3-2, mas não conseguimos controlar o jogo. Não gerimos bem o jogo e, num lance rápido, nasceu uma situação de contra-ataque que resultou no 3-3.
Não podemos permitir que o adversário cause tanto dano em meros cantos, mas também é um castigo demasiado severo perder a vitória nos últimos segundos do jogo, num lance que nada fazia prever. O futebol é assim mesmo e o resultado acaba por ser justo. Foi um bom jogo de futebol”.
Jogo no Estádio Algarve, em Faro
Farense – Famalicão, 3-3
Ao intervalo: 2-0
Marcadores:
1-0, Eduardo Mancha, 04 minutos.
2-0, César, 25.
2-1, Rúben Lameiras, 65 (grande penalidade).
2-2, Rúben Lameiras, 73.
2-3, Bruno Jordão, 81.
3-3, Mansilla, 90+4.
Equipas:
– Farense: Rafael Defendi, Alex Pinto (Bandarra, 55), César, Eduardo Mancha, Fábio Nunes, Amine Oudrhiri, Jonatan Lucca (Cláudio Falcão, 86), Fabrício Isidoro (Madi Queta, 86), Hugo Seco (Mansilla, 55), Ryan Gauld e Stojiljkovic (Patrick, 61).
(Suplentes: Hugo Marques, Bandarra, Cássio, Bura, Cláudio Falcão, Madi Queta, Mansilla, Patrick e Bilel).
Treinador: Sérgio Vieira.
– Famalicão: Zlobin, Edwin Herrera, Riccieli, Babic, Verdonk (Iván Jaime, 46), Rúben Lameiras, Gustavo Assunção, Bruno Jordão (Lukovic, 83), Valenzuela (Jhonatan Robert, 72), Pereyra (Gil Dias, 46) e Dyego Sousa (Trotta, 46).
(Suplentes: Vaná, Henrique Trevisan, Guga, Jhonata Robert, Leonardo Campana, Iván Jaime, Lukovic, Gil Dias e Trotta).
Treinador: João Pedro Sousa.
Árbitro: André Narciso (Setúbal).
Ação disciplinar: Cartão amarelo para Alex Pinto (45), Eduardo Mancha (50) e Edwin Herrera (61 e 88). Cartão vermelho por acumulação de amarelos para Edwin Herrera (88).
Assistência: Jogo realizado à porta fechada devido à pandemia de covid-19.