A Banco BIC/Carmim/Tavira deixou de ser favorita à vitória final na Volta a Portugal em Bicicleta, mas este ano a equipa algarvia apresenta-se como a principal candidata aos triunfos nas chegadas ao “sprint”.
Durante anos, a formação mais antiga do pelotão nacional era, incontestavelmente, a candidata número um à amarela final. David Blanco e Ricardo Mestre partiram e com eles os tempos gloriosos da Banco BIC/Carmim que, depois de uma temporada modesta, está preparada para voltar a deixar uma marca na principal prova velocipédica nacional.
“Eu divido os objectivos em três. Há um que é o facto de, nas etapas que cheguem ao ‘sprint’, temos um ciclista que é favorito a ganhá-las”, começou por dizer Vidal Fitas à Lusa, referindo-se a Manuel Cardoso, o vencedor da camisola da regularidade no ano passado.
Em termos de classificação geral, o director desportivo confessa que a equipa de Tavira não tem uma meta traçada para a 76.ª Volta a Portugal, que arranca na quarta-feira, em Fafe, e termina a 10 de Agosto, em Lisboa.
“Isto porque, embora tenhamos qualidade no plantel para poder lutar pelos primeiros lugares, não sabemos até que ponto o conseguimos e quais são os lugares que podemos traçar como objectivos. Os atletas que estão mais capacitados para isso nunca ficaram nos primeiros lugares da Volta, tirando o David Livramento que foi 11.º. Tanto o João Pereira, como o Amaro Antunes, como o Henrique Casimiro, nunca conseguiram lugares de destaque na Volta”, assumiu.
Ciclistas trabalharam para poder estar o mais à frente possível
De acordo com Vidal Fitas, os seus ciclistas trabalharam para poder estar o mais à frente possível, mas, como o próprio reconhece, é impossível saber até que ponto “aquilo que foi aplicado em termos de treino é suficiente para os levar aos primeiros lugares”.
“Estamos com alguma ansiedade para que a corrida comece para ver que frutos dá o trabalho que foi feito”, reconheceu.
O terceiro e último objectivo da Banco BIC/Carmim é, como seria de esperar, a formação dos angolanos António Dário e Igor Silva, que é uma das bases da nova etapa dos tavirenses no pelotão.
“Em 2013, o projecto foi reformulado. Penso que em 2014 já deu um passo em termos de qualidade e em termos de estrutura. A equipa está melhor preparada do que em 2013. Se durante o ano passado não conseguimos nenhuma vitória, este ano já temos oito. Houve claramente uma melhoria. Se no ano passado não éramos favoritos a quase nada, este ano na Volta, pelo menos nas chegadas massivas, temos um ciclista que é favorito”, destacou.
Para o antigo ciclista, poder ser candidato à regularidade “já é um passo bastante importante e já é uma evolução”.
“É evidente que o nosso objectivo é chegar a uma das próximas voltas a Portugal e dizermos ‘nós somos favoritos’. Trabalhar uma equipa não é um processo que seja rápido, demora algum tempo, mas penso que em relação ao ano passado já estamos mais perto do que pretendemos”, afiançou.
Profundo conhecedor do ciclismo e das suas tácticas, o algarvio aponta dois nomes que se perfilam como os principais: Ricardo Mestre e Gustavo Veloso.
“Estes são os dois principais, depois há uma série deles que também têm hipóteses e que são os candidatos crónicos, já há alguns anos. Um destes dois, penso, será o vencedor da Volta”, disse, mostrando-se confiante que Mestre, o último homem que o levou à vitória na Volta a Portugal (2011), possa estar de regresso ao lugar mais alto do pódio final em Lisboa.
A equipa da Banco BIC/Carmim/Tavira para a Volta a Portugal: Manuel Cardoso (Por), João Pereira (Por), Henrique Casimiro (Por), Daniel Mestre (Por), David Livramento (Por), Amaro Antunes (Por), Rafael Reis (Por), António Dário (Ang) e Igor Silva (Ang).
(Agência Lusa)