O mercado de trabalho português enfrenta uma redução significativa nas oportunidades de emprego, com uma diminuição de 12,9% no número de vagas em comparação com o mesmo período do ano anterior, revela o relatório do Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho. O Algarve destaca-se como a região mais afetada por esse decréscimo, registrando um recuo de 27,4% nas oportunidades de trabalho.
De acordo com os dados do GEP, no terceiro trimestre de 2023, o país contava com cerca de 53.686 empregos disponíveis, indicando uma tendência de declínio a nível nacional. A taxa relativa às vagas de trabalho, que representa a proporção de oportunidades de emprego em relação ao total de postos de trabalho, também sofreu uma redução homóloga de 0,3 pontos percentuais, situando-se em 1,4%.
Ao analisar as variações regionais, observa-se que o Norte apresentou uma quebra de 5,5%, o Centro de 11,6%, e Lisboa de 21,48%. No extremo oposto, o Alentejo registrou um aumento de 7,45%, enquanto o Algarve liderou o recuo com 27,4%. As regiões autónomas, por sua vez, destacaram-se com um aumento de 40,7%.
Lisboa continua a liderar no número absoluto de empregos disponíveis, totalizando 21.497, seguida pelo Norte, com 17.114, e o Centro, com 8.702. O Algarve, agora com 1.915 oportunidades, encontra-se como a região com menos vagas, um cenário que contrasta com a situação há um ano, quando as regiões autónomas ocupavam as últimas posições.
O relatório evidencia que, tanto em grandes empresas como em microempresas, há uma redução nas oportunidades de emprego. Esse decréscimo, no entanto, é mais acentuado nas Pequenas e Médias Empresas (PME), com uma queda de 19,9%, enquanto nas microempresas e grandes empresas, a redução foi de 5% e 7%, respetivamente.
No que diz respeito aos setores com maior oferta de empregos, o comércio por grosso, retalho, reparação de veículos automóveis e motociclos, transportes, alojamento e restauração lideram com 19.543 oportunidades de trabalho. As atividades administrativas, com 8.980 empregos vagos, e as indústrias extrativas, com 8.489, também figuram no topo da tabela.
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