A Câmara de Portimão acusou esta terça-feira a Algar, empresa responsável pela recolha de resíduos recicláveis no Algarve, de “não cumprir o seu trabalho”, considerando que a ausência de recolha dos detritos poderá originar graves problemas de insalubridade.
Em comunicado, o município do distrito de Faro afirma que a recolha seletiva dos resíduos recicláveis nos ecopontos “pura e simplesmente não tem funcionado” em Portimão, sendo motivo de inúmeras reclamações de residentes e turistas.
A situação constitui “uma enorme preocupação para o município que se vê diariamente confrontado com ilhas ecológicas a transbordar de garrafas, plásticos, vidro e papel que ficam espalhados pela via pública”, refere.
Segundo a autarquia, “regista-se uma degradação do serviço prestado pela Algar”, mesmo depois de a empresa se ter comprometido a melhorar a recolha dos resíduos, na sequência de reclamações e diligências diárias feitas pelo município ao longo de vários meses.
“No início do mês de agosto, foi dado conhecimento desta situação de má prestação de serviço pela Algar junto da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), requerendo um ajustamento urgente do serviço”, lê-se na nota.
No sentido de “minorar o problema e apesar de não ser da sua responsabilidade”, a autarquia mandatou a empresa municipal de recolha de lixo e de limpeza urbana para que reforce as recolhas dos resíduos que se encontram na envolvente dos ecopontos.
Ao mesmo tempo, refere, deu indicações para que a Empresa Municipal de Águas e Resíduos de Portimão (EMARP) “proceda à limpeza e lavagem dos locais onde se encontram instalados os referidos equipamentos, por forma a garantir as necessárias condições de salubridade”.
Foi ainda solicitado àquela empresa municipal que inicie negociações com a Algar para que contrate a EMARP para “apoio operacional” para a atividade da recolha seletiva de embalagens recicláveis (papel, cartão, plástico, metal e vidro).
“A autarquia pretende que a EMARP […] possa também ser responsável, a curto prazo, pela operação de recolha dos resíduos seletivos produzidos e depositados nos ecopontos e nas envolventes existentes na sua área de intervenção, sendo esse serviço pago pela Algar”, conclui o comunicado.
A Algar foi constituída em 1995 com o objetivo de proceder ao desenvolvimento, conceção, construção e exploração de um sistema de recolha seletiva, triagem e tratamento de resíduos sólidos urbanos do Algarve.
Segundo a informação avançada pela Algar no seu portal digital, a empresa integrada no Grupo Mota-Engil e URBASER, gere o sistema que engloba os 16 municípios algarvios, servindo uma população de cerca de 451 mil habitantes, numa área total aproximada de 5.000 quilómetros quadrados.
A Lusa tentou obter um esclarecimento da Algar relativamente às queixas apresentadas pelo Município de Portimão, mas até ao momento não obteve qualquer reposta.
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