André Jordan, empresário de origem polaca que marcou o crescimento da atividade turística no Algarve e no país a partir da década de 70, foi homenageado pelo Município de Loulé com a inauguração de uma avenida em Vilamoura, a alguns metros da Praia da Falésia.
Muitos foram os que marcaram presença na cerimónia de homenagem que decorreu na passada sexta-feira para enaltecer a obra e vida de André Jordan. Familiares, amigos, empresários, pessoas ligadas ao turismo, representantes de instuições públicas e privadas que, de uma forma ou de outra, acompanharam o percurso deste homem e que com ele lidaram de perto.
Filho de André Jordan recordou a forte ligação ao concelho de Loulé
Em nome do homenageado, o filho Constantin Jordan agradeceu este momento e recordou a forte ligação ao concelho de Loulé. “Sentiu sempre uma grande amizade por Vilamoura e pelo concelho, onde passou grande parte da sua vida, em todos os sentidos. Se hoje aqui estamos não é só para homenagear o trabalho que deixou em Vilamoura, mas o facto de ter sempre trabalhado com todo o seu coração, e de não ter parado enquanto o melhor que podia fazer não estava inventado”, afirmou.
O também empresário e que sucede ao pai à frente do Grupo Jordan deu nota das “saudades” dos que aqui deixaram, “do trabalho dos colaboradores aos amigos”.
No seu discurso, o autarca Vítor Aleixo disse ser de toda a justiça esta iniciativa que perpetuará o nome “de um homem de exceção, um empresário com qualidades invulgares, que foi fiel à sua natureza de empresário, mas soube sempre levar para a sua atividade o bom gosto, a arte, o equilíbrio e a elegância”. Mas foi sobretudo a sua preocupação com a sustentabilidade e a sua grande sensibilidade na relação entre a economia e o meio ambiente que, segundo o presidente da Câmara de Loulé, faz de André Jordan um exemplo a seguir.
“Para ele a economia não tinha que devorar os valores ambientais, a economia tinha que se encaixar no meio físico, no ambiente, para criar valor, para criar excelência, para criar atividade económica, sempre com essa filosofia de relação equilibrada”, acrescenta.
Vítor Aleixo recordou a passagem e a marca indelével que André Jordan deixou no concelho de Loulé. Primeiro, na Quinta do Lago, hoje destino de referência em todo o mundo, que teve na sua génese o cunho empreendedor de Jordan e “a visão extraordinária desse homem genial”. E depois Vilamoura, nos anos em que este território “se encontrava também carente de se regenerar e de dar um salto em frente”. “É responsável por uma nova fase no desenvolvimento de Vilamoura. Ainda hoje estamos nessa linha de orientação que foi traçada nessa altura”, notou.
André Jordan vai ser agraciado com a Chave do Humanismo
O presidente da Câmara anunciou que, em data a agendar, André Jordan será agraciado com a Chave do Humanismo, a “honra máxima” com que o Município de Loulé tem distinguido outros cidadãos, em “situações muito excecionais”, personalidades de grande notoriedade pública nacional e internacional como foi o caso, até ao momento, de José Ramos-Horta, presidente da Timor Leste, José Maria Neves, presidente da República de Cabo Verde, e o primeiro-ministro António Costa.
Recorde-se que, depois de uma breve passagem pelo nosso país, André Jordan regressou a Portugal em 1970 e fica conhecido pelo seu grande projeto no sul do país, a Quinta do Lago, reconhecida hoje como um dos empreendimentos de golfe e lazer mais famosos do mundo. Tendo como inspiração os country clubs americanos, a Quinta do Lago foi adaptada às características da paisagem algarvia. O conceito era novo em Portugal, mas Jordan acreditou no seu futuro brilhante.
Ainda no Algarve, levou a cabo um dos mais extraordinários planos de revitalização na zona de Vilamoura, assim como a criação do Programa Vilamoura XXI.
Perto de Lisboa, criou o Belas Clube de Campo, uma comunidade residencial com campo de golfe.
Apelidado como o “Pai do Turismo Português”, em 2014 foi considerado uma das 12 personalidades mais influentes no turismo a nível mundial.