O Município de Faro assinalou esta quarta-feira, dia 7 de setembro, os 482 anos da sua elevação a cidade com um conjunto de distinções e homenagens a funcionários, personalidades e entidades coletivas de relevo do concelho, nomeadamente a quatro antigos presidentes da Autarquia – José Vitorino, José Apolinário, José Macário Correia e Luís Coelho – e ao Chefe do Estado-Maior da Armada e Autoridade Marítima Nacional, Almirante Henrique Gouveia e Melo.
Após o hastear de bandeiras junto aos Paços do Município e uma missa de sufrágio pelos funcionários e servidores da Câmara Municipal de Faro que teve lugar na Igreja da Sé, as comemorações oficiais do Dia do Município prosseguiram com a habitual sessão solene.
A cerimónia teve lugar no Teatro das Figuras e foi aberta pelo presidente da Assembleia Municipal de Faro, Cristóvão Norte, que lamentou o estado do Serviço Nacional de Saúde na região e no concelho, que espera “por um Hospital Central há 20 anos”, e pediu maior participação cívica de toda a comunidade para desenvolvimento do território. No seu discurso, o autarca assinalou ainda seu “repúdio pela circunstância de, à mesma hora das comemorações do Dia da Cidade, o senhor Primeiro Ministro estar a inaugurar a nova toponímia do Aeroporto de Faro”, situação que, considera, “configura uma grande deslealdade institucional”.
Seguiu-se a distinção dos funcionários do Município com medalhas de bons serviços e dedicação e medalhas de mérito a personalidades e entidades do concelho. Foram distinguidos com a medalha honoríficas de mérito – grau ouro Artur Nunes da Silva, mais conhecido como “chefe Artur”, da Polícia de Segurança Pública; a Arquente – Associação Cultural; o Hotel AP Eva Senses; João José Gago Horta (ex-empresário, deputado e com forte ligação ao movimento associativo – a título póstumo); João Amaro (empresário, diretor da Tertúlia Algarvia); Maria Cabral (docente universitária e ex-presidente da Orquestra Clássica do Sul e Ricardo Colaço (atleta de tiro com arma de caça).
Além destas personalidades, foram ainda distinguidos igualmente com a medalha de mérito – grau ouro quatro antigos Presidentes da Câmara Municipal de Faro: José Vitorino, José Apolinário, José Macário Correia e Luís Coelho.
A sessão foi ainda marcada pela atribuição da Chave de Honra da Cidade de Faro, galardão que se destina a agraciar pessoas singulares ou coletivas exteriores, pelo seu reconhecido mérito, prestígio ou contributos para a comunidade, ao senhor chefe do Estado-Maior da Armada e Autoridade Marítima Nacional, Almirante Henrique Gouveia e Melo. A dedicação e colaboração demonstrada por ocasião das comemorações do Dia da Marinha, que decorreram em maio de 2022, além do seu percurso de vida e ligação ao mar, tão importante para as comunidades que integram o território, justificaram sobremaneira a outorga deste galardão.
“O Dia da Marinha em Faro mostrou quem somos e o que fazemos, oferecendo aos seus habitantes a oportunidade de nos conhecer e os valores que caracterizam a Marinha e com os quais, estou certo, se identificam. Estou certo também que o ano de 2022 marca um novo rumo nas relações institucionais entre a Marinha e a cidade de Faro, e acredito que os laços que nos unem serão mantidos e fortalecidos. A chave de honra da cidade que acabo de receber consagra na minha pessoa a relação de confiança e amizade entre os farenses e todos aqueles que servem na Marinha”, referiu o Almirante Henrique Gouveia e Melo.
O presidente da Câmara Municipal de Faro, Rogério Bacalhau, congratulou-se com o facto de “o Almirante Gouveia e Melo assumir agora simbolicamente um lugar especial no coração dos farenses”, destacando “a realização das cerimónias do Dia da Marinha, que projetaram Faro de uma forma muito positiva e o empenho pessoal do Senhor Almirante no sucesso destas festividades, dando um exemplo de dinamismo, educação e competência”, bem como o seu papel decisivo “num processo sanitário marcante e histórico”.
Rogério Bacalhau destacou igualmente as muitas conquistas alcançadas ao longo da história da cidade
No seu discurso de encerramento da sessão solene, Rogério Bacalhau destacou igualmente as muitas conquistas alcançadas ao longo da história da cidade, e que são resultado do trabalho em rede, nomeadamente a inovação no ensino, a inovação digital, uma dinâmica e moderna vida cultural, atividades novas ligadas ao mar e à náutica, novos espaços verdes e outros que foram recuperados e devolvidos, uma preocupação evidente com a qualidade de vida dos animais, novos investimentos na habitação social, a preocupação de ajudar famílias e investidores, a aposta na mobilidade suave e no desenvolvimento sustentável ou melhoria das acessibilidades.
Além da sessão solene, as homenagens marcaram também o Dia do Município através do descerramento de várias novas placas toponímicas, todas na zona da Lejana: Praça José Marciano Nobre (antigo presidente e vereador da Câmara Municipal de Faro e comandante dos Bombeiros Municipais); Praça José Matos Junça (vereador da Câmara Municipal de Faro e dirigente associativo e do Instituto D. Francisco Gomes); Praça Joaquim Carvalho Afonso (antigo presidente da Assembleia Municipal de Faro) e Praça Geleate Canau (assistente social e educador, antigo reitor da Universidade do Algarve para a Terceira Idade).
Inaugurado memorial de homenagem a pescadores que salvaram náufragos durante a II Guerra Mundial
No âmbito das comemorações do Dia do Município, foi também inaugurado junto ao parque do Largo de S. Francisco o memorial em homenagem aos pescadores de Faro que salvaram náufragos durante a II Guerra Memorial. Além da presença do Presidente da Câmara Municipal de Faro, a cerimónia contou ainda com a presença do Chefe do Estado-Maior da Armada e Autoridade Marítima Nacional, Almirante Henrique Gouveia e Melo, do mentor do memorial Michael Pease, da autora da escultura Toin Adams e de inúmeros familiares e descendentes dos pescadores homenageados.
“O facto de um conjunto de pescadores sair para o mar para resgatar vidas que estavam em perigo diz muito dos farenses e da cultura marítima dos farenses e é isso que este monumento, de forma brilhante, homenageia”, declarou o Almirante Henrique Gouveia e Melo.
Também Rogério Bacalhau, presidente da Autarquia, disse esperar “que este memorial possa contribuir para que quem passa aqui nos possa conhecer melhor e a esta história maravilhosa de pessoas que salvaram a vida de outros pondo a sua própria vida em risco”, mas também para que possamos refletir “sobre aquilo que todos desejamos, que é a proximidade entre as pessoas e a paz entre os povos”.
A cerimónia ficou ainda marcada pela atuação do fadista Luís Manhita, neto e sobrinho de dois dos heróis homenageados por este memorial que pode agora ser admirado no Largo de S. Francisco, junto à muralha da Vila Adentro e à Ria Formosa.