A testagem em massa na cidade de Lisboa, devido à elevada incidência de covid-19 no concelho, deve arrancar esta quinta-feira nas escolas do 3.º ciclo – do 7.º até ao 9.º ano – e nas do secundário – do 10.º ao 12.º ano. Esta medida foi adiantada por uma fonte do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA) ao “Diário de Notícias”. A mesma fonte adianta que a testagem continuará, depois, pelo Ensino Superior.
“Os eventos que potenciem a concentração de um grande número de pessoas (casamentos, batizados, eventos públicos e/ou outros) também serão alvo de reforço dos níveis de testagem”, refere a fonte do INSA, acrescentando que “todas as atividades de testagem que vão ser desenvolvidas terão em conta a atual situação epidemiológica da covid-19, através de rastreios programados e dirigidos em contexto ocupacional e comunitário, nomeadamente em estabelecimentos de educação ou ensino, eventos, empresas, aeroportos e portos”.
O foco nos testes, segundo o coordenador da task force para a realização de testes, Fernando Almeida, será a população mais jovem. “Neste momento, é entre os 20 e os 40 anos de idade que se está a verificar um maior aumento da incidência dos novos casos de contágio, pelo que, além dos jovens, vamos testar também docentes e não-docentes”, adiantou Fernando Almeida.
Fernando Almeida disse ao jornal “Público” que vai haver postos móveis de testagem nas principais zonas de animação noturna de Lisboa, como o Príncipe Real, o Bairro Alto e a 24 de julho, bem como nos hostels e nas praças de alimentação de grandes superfícies como o Centro Comercial Colombo.
Alunos do ensino superior com “resistência crescente” aos testes à covid-19
A Universidade de Lisboa (UL) tem visto a adesão dos estudantes convocados para testagem à covid-19 diminuir de dois terços para um terço, em comparação com a testagem realizada em 2020 nos meses de abril, maio e junho. O vice-reitor, João Barreiros, diz que há estudantes que não comparecem à testagem depois de serem convocados. No Instituto Politécnico de Setúbal o cenário é parecido. Segundo o presidente Pedro Domingues, a adesão já rondou os 70% e agora situa-se nos 15%.
“Quando fazemos uma convocação a 100 estudantes, cerca de 33% respondem de imediato e os outros não. Isto mostra alguma resistência que existe neste momento à testagem. A resistência tem sido crescente, e é sobretudo da parte dos jovens”, diz o vice-reitor da UL, ao jornal “Público”, acrescentando que os alunos que não comparecem são novamente convocados.
“A UL iniciou um programa de testagem há um ano, mantemos o programa de testagem como sempre. Este programa teve um reforço a 19 de abril, nas últimas cinco semanas fizemos cerca de 20 mil testes, houve 19 casos positivos, menos de um por mil. Não temos surtos na UL, não temos casos especiais que mereçam destaque nas residências. Os testes correspondem a um terço dos convocados, há dois terços convocados que não foram testados, ou que não aparecem ou que faltam…”, explica.
Pedro Dominguinhos, presidente do Instituto Politécnico de Setúbal e do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, também verifica “uma baixa adesão aos testes”, deixando o desejo que a mesma “fosse maior”. “A única coisa que nos está a preocupar é a baixa adesão aos testes que são gratuitos, está na ordem dos 15% neste momento, não ultrapassa esse valor, todas as semanas enviamos cerca de mil marcações e só cerca de 150 respondem positivamente para fazer o teste. Nas três primeiras semanas depois do regresso presencial às aulas era maior, rondava os 70%”.
Notícia exclusiva do nosso parceiro Expresso