No Dia Mundial do Doente, que se comemora a 11 de fevereiro, a presidente da Câmara de Portimão, Isilda Gomes, acompanhada por duas utentes do Centro de Convívio das Sobreiras, entregou esta sexta-feira na unidade de Portimão do CHUA – Centro Hospitalar Universitário do Algarve 51 corações em pano, intitulados “Amor cura”.
Esta ação simbólica, que dá continuidade ao projeto de parceria existente entre o Município de Portimão e o CHUA, resulta de uma atividade feita por utentes dos Centros de Convívio Sénior da Aldeia das Sobreiras e de Portimão, tendo Isilda Gomes afirmado na ocasião que “este gesto simbólico surge do respeito, admiração e estima que a comunidade tem pelo trabalho que aqui se desenvolve, de um brio profissional a toda a prova”.
Fotos D.R. 
A autarca também dirigiu palavras de gratidão às participantes na iniciativa: “O amor que se sente nos Centros de Convívio transbordou mais uma vez cá para fora e o carinho dedicado a este projeto, feito pelas vossas mãos sob o feliz lema ‘O Amor Cura’, só reforça a ideia de que o amor é fundamental em todos os nossos atos… Sem ele, a vida torna-se vã, solitária, e não deixaremos cá nada”.
Segundo Isilda Gomes, “a maior preocupação e mobilização para a vida de cada um deverá ser que as pessoas se lembrem de nós, não pelo que temos, mas sim pelo que somos e por aquilo que fazemos pelos outros.”
“Estes mimos vão nesse sentido, pois expressam livremente o tal amor que cura, ainda mais importante nos dias que correm, porque a pandemia até nos tirou a possibilidade de expressarmos sentimentos e de abraçarmos e beijarmos os que nos são mais próximos”, salientou a responsável autárquica, antes de defender que “um sorriso, uma mão em cima do ombro, uma palavra amiga e reconfortante, por vezes têm melhor efeito que qualquer medicamento.”
Gesto singelo, mas grandioso
Para a doutora Ana Ventura, responsável pelos Serviços Sociais do CHUA – Unidade Hospitalar de Portimão, a parceria estabelecida com a autarquia no âmbito da ação social “é fantástica e resulta num trabalho espetacular relativamente aos nossos doentes, como sucedeu no último Natal, quando os utentes dos centros de convívio sénior do Município fizeram presépios para as crianças da Pediatria, que os coloriram encantados.”
“Estas senhoras maravilhosas foram mais uma vez extraordinárias na confeção dos corações, que vão ser oferecidos aos doentes da Cirurgia”, afirmou Ana Ventura, ao considerar tratar-se de “um gesto singelo e ao mesmo tempo grandioso.”
“Ações deste género são extremamente importantes, não só para pacientes, mas também para quem está nos centros de convívio e sente o reconhecimento dos seus dotes e atributos, numa fase da vida muito sensível”, sublinhou a coordenadora do Serviço Social do CHUA.
Em prol da saúde mental
Na ótica da doutora Maria do Carmo Cruz, diretora do Serviço de Psiquiatria e Saúde Mental do CHUA – Portimão, “quando estas senhoras concebem trabalhos tão primorosos, estão a exercitar o cérebro e o seu bem-estar, o que representa uma mais-valia para a saúde mental. É justamente por isso que vai ser criada uma equipa comunitária pluridisciplinar, que contará com participação camarária, no sentido de trabalharmos na comunidade, nomeadamente junto dos centros de convívio sénior, motivando este tipo de ações.”
Antes da pandemia, o Centro de Convívio Sénior de Portimão e os centros comunitários do Município confecionavam enxovais, que eram oferecidos ao serviço de Pediatria, tendo a parceria entre a Câmara e o CHUA sido retomada com a extensão aos maiores de idade, que no Natal passado criaram meia centena de presépios em pano para as crianças internadas, sempre em conjunto com as respetivas animadoras sociais.
A Covid-19 também fez com que este projeto ganhasse maior sentido, uma vez que as pessoas em internamento ficaram privadas do contato físico com familiares e amigos, dos seus carinhos e atenções, pelo que esta é uma forma de colmatar a ausência de afetos num momento delicado da vida, quando os doentes se encontram mais vulneráveis, numa cama de hospital.
Ao longo de 2022, serão promovidas mais ações do género, no âmbito de datas de referência, como o Dia da Criança, o Dia dos Avós ou o Dia do Idoso, entre outros.