É uma das normas imutáveis desde o aparecimento do coronavírus pandémico e que alguns especialistas afirmam já não fazer sentido: quem está vacinado e contacta com um caso positivo tem de cumprir 14 dias de isolamento, mais quatro do que o próprio infetado. Os peritos querem agora que o resguardo total seja substituído por dois testes moleculares por PCR.
O Expresso sabe que os consultores da Direção-Geral da Saúde para a pandemia reuniram-se na semana passada para ultimarem a revisão da norma para os contactos de alto risco e propuseram que a quarentena de 14 dias fosse abolida para quem já tem a vacinação completa. De agora em diante, apenas devem ser exigidos dois testes moleculares por PCR, realizados em laboratórios e hospitais, ao 5.º e ao 10.º seguintes à exposição.
A nova norma, há muito em vigor nos EUA, por exemplo, já foi entregue à DGS e aguarda “aprovação superior”, adiantou um dos consultores da autoridade nacional de Saúde. A avançar, a medida dará resposta ao apelo reiterado de dezenas de médicos de Saúde Pública.
Há duas semanas, o investigador do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, Bernardo Gomes, apelou a uma revisão urgente. “As pessoas não entendem porque é que a regra é igual para quem está e não está vacinado e muitas começam a levantar problemas complexos, ou seja, omitir contactos, não cumprir o isolamento ou dar respostas agressivas quando são contactadas”, disse à data ao Expresso.
O Expresso contactou, sem sucesso, a DGS ao início da tarde desta segunda-feira e aguarda um esclarecimento.
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