Desbridar. “Procedimento realizado para remover o tecido necrosado, morto e infetado das feridas, melhorando a cicatrização e evitando que a infeção se espalhe para outros locais do corpo.” Se pensarmos em Portugal como um corpo ferido, semidestruído por um vírus, não é difícil perceber que já é necessário fazer escolhas sobre como sobreviver. E se para sobreviver é preciso escolher, quem fica e quem sai? Os médicos das unidades de cuidados intensivos insistem que ainda não deixaram ninguém para trás. Não?
“Há priorização de doentes como sempre houve, mas até à data não podemos dizer que houve limitação de acesso a doentes com benefício de admissão às unidades de cuidados intensivos. Quando chegarmos aí — e chegaremos —, viveremos uma situação intolerável para a população e para os profissionais de saúde, que terão de tomar opções com que dificilmente viverão para o resto das suas vidas.” A constatação crua é feita por João João Mendes, médico intensivista do Hospital Doutor Fernando Fonseca.
Notícia exclusiva do nosso parceiro Expresso