A médica interna, Diana Carvalho Pereira, responsável por denunciar 12 alegados casos de erros e de negligência, no serviço de Cirurgia do Hospital de Faro vai continuar o internato no Hospital de Portimão, onde começa a trabalhar na próxima segunda-feira, avança o Correio da Manhã.
Segundo a mesma fonte, Diana foi ouvida durante esta terça-feira, na Comissão Independente, na secção do Norte da Ordem dos Médicos, a propósito dos vários casos que reportou.
A médica continua convicta que os casos têm de ser denunciados e já deu conta de que fez juntar ao processo vários dados fundamentais.
Há três mortes que podem ser imputadas a um médico do Hospital de Faro. Diana Pereira garante que todas elas poderiam ter sido evitadas.
Ainda segundo o Correio da Manhã, a médica participou o último caso já depois de ter denunciado os primeiros 11 abusos à PJ. O 12.º caso ocorreu nos primeiros dias de abril quando ainda trabalhava no Hospital de Faro e deu entrada na Urgência uma mulher irlandesa de 40 anos.
Diana conta que a doente tinha sido operada a uma apendicite, mas que continuava com febre e taquicardia. A equipa médica, atualmente sob investigação, que acompanhou a mulher irlandesa foi avisada durante a noite do estado clínico, mas os sintomas foram desvalorizados, considerando que era uma reação ao stress de estar longe de casa.
A médica relatou depois às autoridades, que voltou a ver a doente nessa noite, e ao aperceber-se que algo se passava com os drenos abdominais, encaminhou o caso para as Urgências, onde foram encontrados 10 lacerações no intestino delgado da mulher.
A situação entretanto piorou e durante várias semanas teve de ser entubada e transferida para os Cuidados Intensivos. Neste momento, já não corre perigo de vida, mas continua internada. Foi ainda submetida a nova cirurgia e encontra-se agora nos cuidados intermédios.