A médica, Diana Carvalho Pereira, responsável por denunciar alegados casos de erros e de negligência, no serviço de Cirurgia do Hospital de Faro, revelou esta terça-feira, numa publicação no Instagram, o caso de “Sérgio”, nome fictício usado para proteção dos familiares, “foi um dos inúmeros doentes por quem tive de lutar pela falta de condições”.
A referida publicação começa com uma referência ao 25 de abril que se celebra esta terça-feira “é dia da liberdade e neste dia decidi partilhar o caso do Sérgio. O Sérgio não está relacionado com a queixa mas foi um dos inúmeros doentes por quem tive de lutar pela falta de condições. O SNS está em rotura. E em Faro vive-se a 20 anos de diferença do Porto, Coimbra ou Lisboa”.
A médica agora suspensa revela que “em Faro não há resguardos dia sim, dia não. Em Faro temos que ‘heparinizar’ seringas porque as de ‘gasimetria’ estão sempre em ruptura de stock. Em Faro os doentes são higienizados no meio do corredor da urgência, sem privacidade nenhuma. Em Faro metade das tvs das enfermarias estão avariadas e os doentes passam dias agarrados ao nada, quando não têm familias que lhes levem soluções de entretenimento. Em Faro os doentes passam dias no serviço de observação da urgência até terem vaga numa enfermaria. No entretanto a maioria apanha uma infeção nasocomial”.
A publicação prossegue evidenciado a falta de condições que se faz sentir naquele hospital “em Faro passam-se coisas muito graves e injustas. Os doentes algarvios pagam os mesmos impostos que os do norte ou centro. Os doentes algarvios merecem melhor do que o hospital de terceiro mundo onde tive a infelicidade de trabalhar. Estamos em Portugal, em 2023. Para quando o hospital central do Algarve, prometido há anos e anos? Para quando condições semelhantes aos hospitais das grandes cidades? Para quando?”, finaliza.