Entre o primeiro dia de janeiro e o dia 31 de outubro do ano passado, os centros de saúde realizaram 10,7 milhões de consultas presenciais, menos 6,6 milhões (cerca de 22 mil diárias) do que no período homólogo de 2019, segundo os dados disponíveis no Portal da Transparência do Serviço Nacional de Saúde, e avançados esta segunda-feira pelo “Correio da Manhã”.
Em setembro, a propósito do lançamento do Movimento Saúde em Dia, a Ordem dos Médicos e a Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares adiantaram que nos primeiros seis meses do ano se realizaram menos 3,8 milhões de consultas presenciais nos centros de saúde, em comparação com o mesmo período do ano anterior.
“Temos uma insegurança muito grande porque muitos diagnósticos, assim como monitorizações de fatores de risco para a doença cardíaca, ficaram por fazer”, referiu o médico Rui Nogueira, antigo presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, acrescentando que a maioria dos seus doentes “viu o seu peso aumentar entre 5 e 10% durante o período de confinamento”.
Também Manuel Carrageta, cardiologista, alertou para a necessidade de olhar para os dados que indicam uma diminuição das consultas presenciais e para os dados que indicam que as doenças cardiovasculares são a primeira causa de morte em Portugal. “A mortalidade, durante a pandemia, disparou. O número de mortes em casa também. E qual a razão? Uma delas será certamente o facto de as pessoas com doenças desta gravidade terem de ir aos hospitais. E não havia consultas para controlar. Há outras doenças além da covid-19”, explicou.
Notícia exclusiva do nosso parceiro Expresso