A Direção Geral de Saúde (DGS) publicou hoje às 11:27 na sua página de Facebook que “os números que estão a circular nas redes sociais relativamente aos casos de COVID-19 em Portugal são falsos”.
Mas a verdade é que os números, dos casos diários do país, que estão a ser revelados nas redes sociais diariamente na parte da manhã (conforme aqui publicamos um dos exemplos mais recentes), são exatamente os mesmos que estão a constar no boletim da DGS, sempre divulgados à tarde.
Esta quarta-feira, às 10:08 da manhã, era publicado o seguinte post: “14.647 casos hoje!“, no Grupo de Facebook “Política no Concelho de Loulé“.
À tarde, às 15:18, a DGS publicou exatamente o mesmo número de casos, isto é, “14.647” novos casos confirmados.
No entanto, a DGS insiste hoje que “A informação oficial é a que consta no boletim da DGS, que será divulgado ao início da tarde, como habitualmente, após um processo aprofundado de verificação”.
Número a ser lançado hoje pela DGS era para ser de 19.890 mas DGS apenas divulgou 13.544 novo casos
Hoje de manhã, a DGS tinha contabilizado mais de 24 mil novos casos nas últimas 24 horas, mas o número para publicação esta tarde no boletim da Direção-Geral de Saúde “não poderia ultrapassar o limite de 20 mil por imposição superior”, garantiu fonte fidedigna ao POSTAL. Assim, o número ‘consertado’ era o de “19.890” para hoje, mas os dados desta tarde da DGS registam oficialmente ‘apenas’ 13.544 casos.
Quanto ao valor dos óbitos, o POSTAL sabe que a “DGS contabilizou quase 500 mortes nas últimas 24 horas“, mas o número que estava ‘acordado’ a ser divulgado no boletim da DGS era de 341 mortes. No entanto, os dados hoje publicados pela DGS apontam para ‘apenas’ 221 óbitos.
Perante as fugas de informação verificadas nos últimos dias, a DGS reagiu hoje emitindo um aviso a querer desmentir ‘factos indesmentíveis’: os números coincidem.
A DGS vai mais longe e chega a responder a comentários na sua página de Facebook afirmando que se trata de “fake news”.
Fonte fidedigna garantiu ao POSTAL que, por isso, hoje os números a publicar no boletim de hoje poderiam ser diferentes dos tais “19.890” casos e das tais “341″ mortes, “numa tentativa de credibilizar a instituição DGS e o Governo“, sendo que ontem a DGS apenas ‘optou’ por ‘mexer’ no número dos mortes, assumindo que o valor de casos revelados por fuga de informação se mantivessem iguais.
Quanto aos números de óbitos de ontem, o POSTAL sabe que eram para ser os tais 290 oficiais, mas perante a antecipação das notícias publicadas horas antes por vários órgãos de informação, a DGS lançou os tais 219 mortos, apenas mais um óbito do que no dia anterior (218), para procurar descredibilizar as fugas de informação.
Marcelo fala em 290 óbitos em vez de 219, mas…
Respondendo ontem às perguntas dos jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa referiu-se serem 290 mortos os registados na terça-feira, o número avançado por vários órgãos de comunicação como sendo o oficial, mas afinal a DGS divulgou serem ‘apenas’ 219, isto é, apenas mais um óbito do que ontem.
Marcelo falava hoje perante cerca de 50 alunos no auditório da Escola Secundária Pedro Nunes, em Lisboa, numa ação de campanha como candidato às eleições presidenciais do próximo domingo.
No final, e por insistência de uma jornalista, à pergunta “Disse 290 óbitos por lapso ou tem mesmo informação diferente da oficial de que são 219?“, Marcelo respondeu que foi por lapso…
A “estranha” contagem e divulgação do número de óbitos revelados ontem pela DGS gerou uma ‘onda’ de indignação visível nas redes sociais com a publicação de vários fotos e vídeos.
Fonte, que carece confirmação, foi mais longe e garantiu que o número de óbitos nas últimas 24 horas eram não de 290, mas de 393. Mas após uma “recontagem cirúrgica”, o número acordado para divulgação passou para 290, mas já por volta das 15 horas de hoje, o número divulgado pela DGS foi outro: ‘apenas’ mais um óbito do que ontem.
Especula-se que os maiores números de óbitos só deverão ‘aparecer’ depois do dia 24 de janeiro, dia das eleições.
Atualizado às 14:35
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