A variante britânica da covid-19, já conhecida pela sua maior capacidade de transmissão, “pode ser mais mortal”. O novo dado foi avançado esta sexta-feira pelo primeiro-ministro do Reino Unido. Boris Johnson falava aos jornalistas e explicava que novos estudos sugerem que o perigo pode ser maior.
“Além de se espalhar mais rapidamente, também parece que há algumas provas para acreditar que a nova variante – a variante que foi inicialmente identificada em Londres e no sudeste – pode estar associada a uma maior grau de mortalidade”, disse o líder do Governo. “É sobretudo o impacto desta nova variante que explica que o NHS [o serviço de saúde] esteja com tão intensa pressão.”
O Conselheiro Científico do Governo, Patrick Vallance, explica que “há evidências de que há um risco acrescido para quem tem a nova variante”, ou seja para uma pessoa na casa dos “60 anos, o risco médio é de, em cada 1.000 pessoas infetadas, cerca de 10 morrerem com o vírus. Com a nova variante, para cada 1.000 pessoas infetadas, cerca de 13 ou 14 pessoas podem morrer “, acrescenta.
Patrick Vallance acrescentou que esta nova informação é “uma preocupação” mas que “não forte para já”.
De acordo com a BBC, as provas a que Johnson se refere a resultados de análises feitas por matemáticos que observaram as tendências de mortalidade entre as pessoas infetadas pelo vírus inicial e pela nova variante. Estima-se que seja 30% mais mortal.
No entanto, estes são resultados preliminares de uma primeira fase de análise por parte de um grupo de cientistas do New and Emerging Respiratory Virus Threats Advisory Group.
A nova variante foi identificada pela primeira vez em setembro na zona de Kent. Desde então, acrescenta a BBC, tornou-se a versão dominante do vírus a circular em Inglaterra e na Irlanda do Norte, tendo já chegado a mais de 50 países – incluindo Portugal.
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Reino Unido registou 1.401 mortes mas infeções desaceleraram
O Reino Unido registou 1.401 mortes e 40.261 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas, divulgou o Governo britânico, que hoje também apresentou números que dão sinal de uma desaceleração da pandemia covid-19 no país.
O número de mortes de hoje foi superior às 1.290 mortes notificadas na véspera.
Entre 16 e 22 de janeiro de 2021, foram registadas 8.686 mortes, o que equivale a uma média diária de 1.241 e a um aumento de 16,4% em relação aos sete dias anteriores.
O número de novos casos reportados hoje, 40.261, também foi superior ao de quinta-feira 37.892, mas inferior à média diária de 38.270 registada entre 16 e 22 de janeiro de 2021, período em que 267.892 receberam um resultado de teste positivo, uma redução de 25,3% em relação aos sete dias anteriores.
Na quarta-feira estavam hospitalizadas 38.562 pessoas com SARS-CoV-2, dia com os dados mais recentes disponíveis, das quais 3.953 com assistência de ventilador, mas começa a ser regista uma descida.
Entre 12 e 18 de janeiro, foram hospitalizadas 28.128 pessoas com coronavírus, uma redução de 3,2% em relação aos sete dias anteriores.
Um estudo sobre a prevalência do vírus no país publicado pelo instituto de estatísticas britânico (ONS, na sigla em inglês) sugere que a variante inglesa, considerada mais contagiosa, espalhou-se pelo resto do Reino Unido, com grandes aumentos de casos na Escócia, País de gales e Irlanda do Norte, mas está em declínio em Londres e em outras partes do sul de Inglaterra.
De acordo com a atualização feita hoje pelo Governo, o índice de transmissibilidade efetivo (Rt) no Reino Unido desceu para entre 0.8 e 1.
Porém, os especialistas consideram que ainda é cedo para dizer se este é o resultado do confinamento nacional iniciado em janeiro.
O primeiro-ministro, Boris Johnson, tem evitado avançar com um calendário para o alívio das restrições, mas alguns cientistas acreditam que tenham de ficar em vigor até pelo menos abril ou maio.
Entretanto, a Irlanda do Norte anunciou na quinta-feira que o confinamento na região vai permanecer até 05 de março no mínimo e a Escócia até meados de fevereiro,
O Reino Unido adiantou hoje que 5.383.103 pessoas já receberam a primeira dose da vacina e 466.796 pessoas a segunda dose.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.092.736 mortos resultantes de mais de 97,4 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.