A farmacêutica suíça Novartis admitiu hoje que os seus ensaios no tratamento de doentes graves com covid-19 com o seu medicamento ruxolitinib não obtiveram bons resultados, embora tenha adiantado que vai continuar a investigação.
Segundo os dados do primeiro estudo na terceira e última fase dos ensaios clínicos, o fármaco foi incapaz de produzir uma redução significativa do número de mortes, internamentos em unidades de cuidados intensivos ou assistência com ventilação mecânica nestes doentes, em comparação com aqueles que foram submetidos a tratamentos padrão.
Paralelamente, a multinacional sediada em Basileia revelou também que não se observou qualquer melhoria digna de registo ao nível do tempo de recuperação da doença.
“Embora o estudo não tenha fornecido os resultados que esperávamos, continuaremos a colaborar com o mundo médico para os analisar, a fim de melhor compreender a covid-19”, afirmou o médico-chefe da Novartis, John Tsai.
O ruxolitinib, comercializado sob os nomes “Jakafi” (nos Estados Unidos da América) e Jakavi (nos outros mercados), foi previamente prescrito em doentes com certos tipos de doenças sanguíneas e estava a ser testado em resposta à covid-19 através do programa de investigação Ruxcovid.
A Novartis tinha adquirido os direitos de comercialização do ruxolitinib fora dos Estados Unidos ao laboratório norte-americano Incyte em 2009.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.605.583 mortos resultantes de mais de 71,6 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.