Depois de ter surgido na China em dezembro do ano passado, muito se têm estudado sobre a covid-19. O país já havia declarado que tinha travado a progressão do novo coronavírus, mas recentemente começou a registar novos surtos. Com isto, iniciou uma nova técnica de triagem.
Grande parte dos países já iniciou a vacinação, mas vai demorar até que toda a população mundial esteja imunizada contra o SARS-CoV-2. Esta semana, Pequim confirmou que começou a fazer uma triagem retal a vários contactos de risco e a viajantes vindos do estrangeiro.
Esta informação foi confirmada pelas autoridades chinesas ao canal estatal CCTV. Foram colhidas amostras anais de residentes em bairros da capital onde tinham sido confirmados casos de covid-19, na passada semana.
Sobre esta nova técnica, sabe-se que a triagem retal “ajuda a aumentar a taxa de deteção de pessoas infetadas” porque a covid-19 permanece mais tempo no ânus do que no trato respiratório, revelou o médico Li Tongzeng, do You’an Hospital, à CCTV.
Já vários infetados foram sujeitos aos testes por via retal, muitos sem terem sido previamente avisados da triagem específica. Contudo, esta não é a técnica mais comum. Em Pequim, devido aos surtos, foram testados com as habituais colheitas recolhidas no nariz e na garganta, e ainda com esta nova técnica de testagem retal, depois de ter sido identificado um caso assintomático numa instituição de ensino.
“Os testes em massa [com o novo método] foram iniciados depois de a capital chinesa entrar em quarentena parcial em Daxing e Shunyi”, explicou Li Tongzeng, médico num hospital de Pequim.
O médico refere ainda que “isto aconteceu após o sequenciamento genético revelar dois casos da variante mais transmissível do coronavírus descoberta no mês passado no Reino Unido. Desde então, a capital está em alerta máximo. Mais de 1.200 pessoas foram testadas numa escola frequentada por um aluno com um caso assintomático da estirpe britânica”.
Quem viaja para Pequim e é sujeito a colheitas anais não parece estar satisfeito com a técnica. Não há relatos de que esta nova técnica de triagem esteja a ser usada noutros países, mas já existem diversos relatos de pessoas que não vivem em Pequim e passaram pelo novo teste.
COMO SE FAZ O TESTE?
Esta técnica é semelhante à zaragatoa que serve para realizar o teste nasal, mas envolve a inserção de um cotonete, embebido numa solução salina, em cerca de dois ou três centímetros dentro do ânus.
A verdade é que há mais vestígios do vírus na região do ânus e durante mais tempo do que no trato respiratório. As colheitas anais podem, assim, ser mais precisas do que os testes na garganta e no nariz.