O Lar de Santa Maria, em Tavira, tem quase 60 infetados e é um dos surtos que mais preocupa agora as autoridades de saúde da região algarvia.
Novas informações revelam que são agora 54 o número de infetados do lar de Tavira, sendo 39 utentes e 15 funcionários. Segundo as autoridades de saúde, nas últimas 24 horas, existem mais 3 óbitos a lamentar, um de 80, 87 e 91 anos. A estes, junta-se uma utente de 98 anos, que não resistiu à doença. Até ao momento, 8 utentes estão internados com prognóstico reservado.
A primeira fase da vacinação contra a covid-19 já arrancou nos lares de idosos e unidades de cuidados continuados do Algarve, prevendo abranger nove mil utentes e profissionais até final do mês de fevereiro, anunciou a Administração Regional de Saúde (ARS).
A ARS do Algarve indicou em comunicado que a vacinação teve início nos lares e nas unidades da rede de cuidados continuados de Albufeira e de Tavira, os dois concelhos com maior incidência de infeções de covid-19, causada pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2).
A vacinação está a ser feita por equipas dos três agrupamentos de centros de saúde existentes no Algarve, compostas por profissionais médicos e de enfermagem, que se deslocam às Estruturas Residenciais para Idosos (ERPI) e às unidades da Rede de Cuidados Continuados Integrados (UCCI).
A ARS Algarve adiantou que foram também vacinados alguns utentes e profissionais da unidade de convalescença de Loulé e da unidade de longa duração e manutenção de Vila Real de Santo António.
Um dos desafios desta pandemia, um pouco por todas as regiões do país, tem sido assegurar profissionais para trabalhar nas estruturas residenciais para idosos. Com vários surtos, os profissionais começam a faltar, num momento em que se fala da terceira vaga da pandemia, com números que rondam os 10 mil casos de infeção diários.
A Cruz Vermelha tem sido fundamental para garantir profissionais para exercer funções junto de lares. “A segurança social tem um pré-contrato com a Cruz Vermelha para que duas equipas, de 15 elementos cada, avancem para substituir profissionais e cuidadores nos lares se necessário”, afirmou recentemente António Miguel Pina, presidente da AMAL.
Portugal ultrapassou ontem as 8.000 mortes relacionadas com a covid-19 desde o início da pandemia ao ter registado nas últimas 24 horas mais 155 mortos, o valor diário mais elevado de sempre, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).
Aquele o dia com maior número de mortes diárias registadas desde o início da pandemia, em março de 2020, superando o recorde registado na segunda-feira, quando os dados davam conta da morte de 122 pessoas.
Segundo o epidemiologista Manuel Carmo Gomes, investigador da Faculdade de Ciências de Lisboa, as previsões apontavam para 154 óbitos diários em 24 de janeiro, valor que acabou por ser já ultrapassado hoje.
O boletim epidemiológico da DGS indica ainda que estão internadas 4.043 pessoas, mais 60 do que na segunda-feira, das quais 599 em cuidados intensivos, ou seja, mais 32. Também aqui Portugal atingiu um novo máximo.
Desde o início da pandemia, Portugal já registou 8.080 mortes associadas à covid-19 e 496.552 casos de infeção pelo vírus SARS-CoV-2, estando hoje ativos 110.388 casos, mais 1.076 do que na segunda-feira.