A Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE) defendeu hoje que deveria ter sido já adotada a modalidade de ensino ‘online’, em vez da suspensão das aulas, numa altura em que os alunos regressaram de férias há duas semanas.
“Todos percebemos que há necessidade de medidas com urgência, que faz todo o sentido parar tudo, mas penso que não faz sentido interromper agora as aulas para depois passarmos para o ensino ‘online’”, disse à agência Lusa o presidente da ANDE, Manuel Pereira.
“Fazer uma interrupção letiva neste momento, não acho boa ideia. Faria mais sentido o ensino a distância. Não foi essa a opção do Governo, para nós é estranho”, acrescentou.
Os alunos, referiu, regressaram das férias de natal há 15 dias. “Para eles uma interrupção é mais uma forma de se distanciarem da escola, o que não é bom, e estando sem aulas vão querer sair de casa, o que em termos de controlo da pandemia também não é bom”, observou o dirigente associativo.
Se o prazo de interrupção letiva se prolongar vai avançar o modelo de ensino a distância, considerou.
Relativamente à situação dos meios digitais ao dispor das escolas e dos alunos, Manuel Pereira indicou que é hoje “melhor do que em março de 2020”, mas que ainda faltam entregar computadores prometidos em abril e que continua a haver famílias sem internet.
O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, anunciou a 04 de janeiro um “reforço da Internet” nas várias escolas do país, considerando a aposta na digitalização a “maior operação logística” e uma “verdadeira reforma” do sistema de ensino.
Durante a visita a uma escola no norte do país, o governante disse ainda que além de 100.000 computadores, que já foram distribuídos durante o primeiro período pelos alunos do ensino secundário do escalão A e escalão B da Ação Social, está prevista a entrega de mais 260.000 computadores.
O primeiro-ministro, António Costa, anunciou hoje o encerramento das escolas de todos os níveis de ensino durante 15 dias para tentar travar os contágios pelo novo coronavírus.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.075.698 mortes, resultantes de mais de 96,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 9.686 pessoas em 595.149 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.