O Centro Hospitalar do Algarve admite que os profissionais de saúde podem ter de sacrificar as férias a que têm direito por causa do combate à pandemia, revelou secretário de Estado responsável pela coordenação regional da covid-19.
Numa entrevista ao jornal Público e à Rádio Renascença, Jorge Botelho conta que falou com a presidente do conselho de administração do centro hospitalar do Algarve, que admitiu essa possibilidade.
“Hoje mesmo a presidente do conselho de administração do centro hospitalar do Algarve disse-me que estavam a programar as coisas e a fazer tudo para tentar evitar prejudicar a atividade normal e já falava que se calhar os profissionais de saúde vão ter de sacrificar férias a que têm plenamente direito em função de uma resposta atempada para controlar a pandemia”, afirmou.
Questionado sobre se tal pode ser feito sem estado de emergência, o governante disse que sim, “desde que seja combinado com os profissionais e os profissionais entendam”, mas que, neste momento, a situação está na fase de gestão dos administradores hospitalares.
O secretário de Estado da Descentralização e da Administração Local admite que a situação no Algarve se está a agravar, mas criticou a decisão da Administração Regional de Saúde de fechar escolas em cinco concelhos algarvios por não ter sido articulada com os autarcas e com o Governo.
Sobre a possibilidade de limitar entradas e saídas na região, Jorge Botelho disse não ser defensor desse tipo de medidas e defende antes “a supervisão das autoridades”.
“Não temos uma situação de descalabro na região, temos uma situação preocupante. Amanhã [hoje] o Conselho de Ministros vai avaliar”, afirmou o responsável, insistindo: “Não sou partidário de fechar, ou de cercos, principalmente numa região turística, mas a matriz deve ser aplicada enquanto existir e ela tem dado sinais aos senhores autarcas e a todas entidades públicas, e sabemos com funciona”.
Na entrevista, o governante reconheceu alguns problemas com a vacinação no Algarve, admitindo que os centros estão a vacinar abaixo da capacidade, e defendeu “um agendamento central superior, um ‘overbooking’ para colmatar uma ou outra falha na vacinação”, revelando que “há pessoas que estão a faltar à vacinação”.
“A abertura para os maiores de 18 anos é uma boa notícia porque temos de aumentar as pessoas notificadas para serem vacinadas. Também temos muitos casos de pessoas que vão à primeira vacina e faltam à segunda ou porque acham que já estão bem ou porque pedem para reprogramar”, afirmou.